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Cidades/Geral
Quinta - 04 de Maio de 2006 às 08:43

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O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) lança campanha de arrecadação de agasalhos, calçados, roupas e cobertores para as 280 famílias de agricultores do Movimento dos Sem Terra (MST) acampadas, desde 14 de abril, na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Cuiabá.

As doações devem ser entregues nas escolas estaduais de Cuiabá e Várzea Grande. O que for arrecadado em todas as unidades escolares será encaminhado aos Sem Terra por meio do Sintep-MT. A escola que quiser conhecer melhor a história e o trabalho desenvolvido pelo MST, principalmente na educação, é só solicitar a presença de algum membro do movimento. “Nós vamos fazer o agendamento dessas visitas e palestras”, avisa a secretária geral do Sintep-MT, Marli Keller.

Os agricultores foram despejados pela Polícia Militar dos Acampamentos Chico Mendes I e II, na Fazenda Espinheiro/Itambaracá, no município de Acorizal, às margens da rodovia BR 364. Eles estavam na área há três anos, aguardando o ajuizamento da declaração de desapropriação, com base em mandado de segurança impetrado no Supremo Tribunal Federal (STF). Mas, por meio de liminar concedida pela Justiça Estadual que não tem competência jurídica para julgar o processo, as famílias foram retiradas da área.

“O que fizeram com esses trabalhadores é uma injustiça e um descompromisso com as questões sociais”, frisa a secretária geral do Sintep-MT. Ela lembra que os agricultores estavam autorizados a permanecer na área da fazenda, justamente porque no processo de assentamento consta inclusive o valor de indenização da propriedade para fins de interesse social.

“O curioso é que a justiça estadual nos arrancou da área e nos jogou em Cuiabá”, disse Jonathan Albuquerque, um dos acampados. Segundo Aerika Aparecida da Silva, as famílias foram trazidas para a Capital em ônibus e deixadas na Praça das Bandeiras, na Avenida Rubens de Mendonça, no Centro Político e Administrativo.

“Lá na fazenda estávamos produzindo (milho, mandioca, abóbora, quiabo, mamão) e criando galinhas, porcos e gado para o nosso sustento. E nos tiraram tudo”, ressalta Carlos Ximenes.





Fonte: Pau e Prosa

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