Testemunha de acusação diz que desconfiou da emboscada

Uma testemunha da acusação confirmou ontem, em audiência na 12ª Vara Criminal, a farsa da prisão e morte de Jaciel Monteiro Lopes, de 19 anos, armada pela equipe comandada pelo cabo Rodolfo Santa Filho, “Cabo Cona”. O crime ocorreu no dia 19 de fevereiro.

O aspirante a oficial Mauriti Campos Lima, que atuava como oficial do dia e estava no comando do policiamento da região Coxipó na noite do crime, disse que recebeu pelo rádio um pedido de socorro do cabo Cona.

Cona, conforme Lima, dizia que sua guarnição estava sendo atacada por um grupo de bandidos na estrada do Aricá. “Pedi reforço e outras equipes seguiram para o local, até ouvi os tiros pelo rádio”, disse.

Antes que outras viaturas seguissem para reforçar a ação, Lima, segundo declarou em depoimento, determinou que Cona e sua equipe deixassem o local do conflito. Minutos depois, numa nova mensagem via rádio, Cona informou que havia um “bandido ferido”.

Mas no local indicado pelo cabo, as outras guarnições da PM não encontraram nenhum bandido do grupo descrito anteriormente ou sinas de conflito. Mais tarde, Lima diz que ao ver a viatura ocupada pelo cabo Cona, e um colete à prova de bala com marcas de tiros, desconfiou da versão do policial.