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Polícia Brasil
Segunda - 01 de Maio de 2006 às 06:57

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João Arcanjo Ribeiro confirmou ontem, em depoimento à Polícia Federal, a realização de empréstimos, feito pela Confiança Factoring, de sua propriedade, a vários políticos de Mato Grosso.

O delegado Tony Gean Barbosa de Castro disse que o "Comendador" não assegurou se as verbas foram destinadas ao financiamento de campanhas eleitorais.

Arcanjo confirmou empréstimos ao ex-governador de Mato Grosso, Dante de Oliveira, mas ressaltou que faziam os empréstimos na Confiança Factoring, em nome de Dante, o então secretário de Indústria, Comércio e Mineração, Carlos Avalone, e o diretor do Departamento de Viação e Obras Públicas (DVOP), José Carlos Novelli, hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Arcanjo também relatou que a Confiança Factoring realizou diversos empréstimos aos deputados estaduais José Riva (PP), Humberto Bosaipo (PFL) e "pequenas quantias" ao atual presidente da Assembléia Legislativa, deputado Silval Barbosa (PMDB), aos deputados Pedro Satélite (PPS), José Carlos de Freitas (PPS), Carlos Brito (PDT) e aos ex-deputados Romoaldo Júnior e Emanuel Pinheiro.

Em quase 3 horas de depoimento na Penitenciária Pascoal Ramos, no domingo pela manhã, Arcanjo explicou que os detalhes de todas as operações só podem ser relatados por Nilson Roberto Teixeira, que era gerente da factoring e com quem os políticos ou seus intermediários faziam os negócios.

Segundo ele, o conhecimento de que os empréstimos feitos por Avalone e Novelli eram para Dante de Oliveira veio dos relatórios quinzenais sobre as movimentações que Nilson Teixeira lhe apresentava.

Afirmou ainda que foi após Dante de Oliveira assumir o governo do Estado que os intermediários começaram as negociações com a factoring.

Quanto aos empréstimos a Riva e Bosaipo, Arcanjo afirma terem sido diversos, mas que não sabe se fizeram empréstimos "pessoais".

Arcanjo disse que poucas vezes encontrou com os dois parlamentares na factoring, porque a maioria das operações também seriam feitas por intermediários. Entre eles, Arcanjo cita Cristiano Quirilo Volpato, assessor do deputado Riva.

O "Comendador" declarou que alguns credores que apresentavam cheques emitidos pela Assembléia não tinham relação comercial com o Poder.

Ele disse que tal "desconfiança" surgiu com o tempo, pois os "credores" iam à factoring acompanhados por representantes da Assembléia e, durante o depoimento, ainda apresentou cópias dos cheques que comprovariam a fraude.

Conforme Arcanjo, Riva e Bosaipo ainda lhe devem cerca de R$ 15,4 milhões, não atualizados. O advogado de Arcanjo, Zaid Arbid, afirma que este valor chega hoje a R$ 40 milhões.

Quanto aos demais parlamentares citados por Arcanjo, as operações teriam sido em pequenas quantias, de R$ 5 mil a R$ 10 mil.

Ele acrescentou ainda que o não aparecimento do nome de vários parlamentares não significa que esses não tenham sido beneficiados por alguma operação, garantindo que "toda a estrutura estava na Assembléia".





Fonte: Gazeta Digital

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