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Nacional
Quinta - 24 de Janeiro de 2013 às 13:08

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Antes da execução, manifestantes pediram que a jovem Rizana Nafeek fosse poupada Foto:  / Reuters

Antes da execução, manifestantes pediram que a jovem Rizana Nafeek fosse poupada (Foto: Reuters)



A mãe de uma empregada doméstica do Sri Lanka decapitada na Arábia Saudita perdoou aqueles que, segundo ela, queriam que a filha fosse executada. Segundo Rafeena Nafeek, a filha Rizana era inocente e foi injustamente condenada por matar um bebê em 2005.

Rizana ficou presa oito anos e o governo saudita negou-se a mudar sua pena, apesar dos apelos de grupos de defesa dos direitos humanos, alegando que os pais do bebê se opunham a isso. Os registros mostram que Rizana tinha apenas 17 anos quando o bebê morreu, o que faria de sua condenação à morte uma violação dos direitos internacionais da criança.

Seus pais, que vivem em uma casa humilde no Leste do Sri Lanka, chegaram à Arábia Saudita duas semanas depois de ela ser executada. Chorando, Rafeena disse ter perdoado os pais do bebê, que insistiram na decapitação de sua filha.

"Não adianta culpar ninguém - Rizana foi embora", ela disse à BBC. "Só soubemos da execução dela pela mídia. Eles (as autoridades sauditas) deviam pelo menos ter nos informado. Até nosso pedido para levar seu corpo para o Sri Lanka foi negado."

Problema social
Antes de morrer, Rizana teria pedido que os pais se empenhassem pela educação de seus irmãos mais novos. Rafeena aconselhou outras famílias pobres a não enviarem suas filhas para trabalharem como domésticas na Arábia Saudita ou qualquer outro lugar.

Nesta semana, duas adolescentes do Sri Lanka foram apreendidas tentando entrar no país vizinho, que é criticado por ONGs por suas condenações à morte e leis duras restringindo direitos femininos.

Segundo Charles Haviland, correspondente da BBC em Colombo, capital do Sri Lanka, aparentemente o passaporte de Rizana foi falsificado quando ela foi para a Arábia Saudita, indicando que ela teria 23 anos, em vez de 17. O bebê saudita morreu quando estava sob cuidados da menina, no que Rizana dizia ter sido um acidente. O entendimento dos tribunais sauditas, porém, foi que a criança foi estrangulada.

Alguns grupos de defesa dos direitos humanos denunciam que o julgamento não foi justo porque Rizana não teve direito nem a um tradutor nem a um advogado. Nafeek rejeitou uma oferta de indenização da Arábia Saudita, alegando que não poderia aceitar nada "do país que matou Rizana". Na terça-feira (dia 22), o presidente do Sri Lanka entregou à família US$ 7.800 (R$ 25.150).





Fonte: Terra

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