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Internacional
Domingo - 30 de Abril de 2006 às 02:10

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O presidente da Bolívia, Evo Morales, selou hoje o compromisso de seu país com a Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba), promovida por Cuba e Venezuela, com uma enérgica defesa desta iniciativa de integração e com críticas para a Comunidade Andina de Nações (CAN).

Morales assinou em Havana a adesão da Bolívia à Alba junto com os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e Cuba, Fidel Castro, que assinaram também o Tratado de Comércio dos Povos (TCP), uma iniciativa do Governo boliviano que se incorpora a este modelo de integração.

O acordo prevê isenções tarifárias mútuas, convênios de crédito recíproco e a possibilidade de aplicar mecanismos de compensação comercial de bens e serviços.

Além disso, há uma lista de compromissos individuais e o propósito de elaborar um plano estratégico de complementaridade sobre a base da racionalidade, o aproveitamento de suas vantagens, a economia de recursos, a ampliação do emprego e o acesso a mercados.

"Assim como a Alba derrotou a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), o TCP tem que derrotar o TLC (Tratado de Livre Comércio)", disse o chefe de Estado boliviano em um grande ato.

Os três presidentes elogiaram o modelo de integração da Alba, "baseado na sociedade e a vontade comum para avançar rumo a níveis mais altos de desenvolvimento".

A Bolívia ingressa neste mecanismo com o compromisso de exportar produtos minerais, agrícolas, agroindustriais e industriais que sejam requeridos por Cuba ou Venezuela, e contribuirá para "a segurança energética" de seus sócios.

Após a assinatura dos acordos, Morales concordou com Chávez que a CAN deve ser refundada, e comentou a possibilidade de mudar o nome para que passe a ser a Comunidade Antiimperialista de Nações.

O presidente boliviano afirmou que a CAN não se enfraqueceu pela decisão de Chávez de retirar a Venezuela do organismo em protesto pelos acordos do Peru e Colômbia com Washington, mas pelos que apostam em fortalecer o neoliberalismo.

A CAN, acrescentou, "foi criada para fortalecer a economia regional" e, portanto, "aqueles que estão com o modelo neoliberal e que estão por fortalecer a economia das transnacionais são os responsáveis pelo enfraquecimento da Comunidade".

Embora Morales não tenha se pronunciado sobre o possível abandono da Bolívia do bloco, aproveitou hoje sua presença em Havana para convidar a seu país Ollanta Humala, candidato nacionalista à Presidência do Peru, para o dia 8 de maio.

Chávez voltou a criticar o ex-presidente peruano Alan García, também candidato à Chefia de Estado no segundo turno do pleito de 28 de maio, e acusou-o de ser "o candidato do império (EUA)" e de ser um "ladrão de sete costumes".

Ele acrescentou que García e o presidente peruano, Alejandro Toledo, são "jacarés do mesmo poço".

Em resposta a estas afirmações, o Peru ordenou hoje a retirada imediata de seu embaixador em Caracas, Carlos Urrutia, pela "persistente e flagrante intromissão" do governante venezuelano em sua política interna.

Morales assegurou que os povos indígenas originais, os movimentos sociais da Bolívia e seu Governo acompanharão a luta de Fidel e Chávez e "jamais abandonarão" até libertar toda a América Latina.

"Se antes era um, dois, agora somos três para defender o povo latino-americano", disse Morales, ao assegurar que chegou a hora de "dignificar" e "libertar" toda a região, para o que pediu "unidade acima de qualquer interesse setorial ou regional".





Fonte: EFE

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