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Internacional
Sábado - 29 de Abril de 2006 às 18:30

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Mais de 80% dos mexicanos estão de acordo com os protestos realizados pelos imigrantes dos Estados Unidos, que preparam para a segunda-feira um boicote econômico ao país, informou neste sábado a empresa de pesquisa Parametría. "O movimento dos imigrantes em defesa de seus direitos nos Estados Unidos conta com o apoio de mais de 80% dos mexicanos, que majoritariamente sabem que no dia 1º de maio estes trabalhadores organizarão uma paralisação trabalhista e econômica", explicou o centro de pesquisa em um comunicado.

De acordo com a pesquisa, 85% dos entrevistados sabem das marchas de protesto convocadas pelos imigrantes em território americano; 58% conhecem em detalhe as demandas e 81% estão de acordo com as manifestações.

Por sua vez, 61% das pessoas que responderam à pesquisa estão de acordo com a possibilidade de os imigrantes centro-americanos, que vivem no México, se manifestarem da mesma forma que seus pares mexicanos nos Estados Unidos. O estudo foi realizado com uma amostra representativa da população mexicana de mil pessoas entrevistas em casa. A pesquisa conta com uma confiança estatística de 95% e tem uma margem de erro de 3,1%.

O boicote "Um Dia Sem Imigrantes", convocado por grupos hispânicos para segunda-feira nos Estados Unidos, a fim de pressionar uma reforma migratória que legalize 12 milhões de irregulares, pede que todos os imigrantes paralisem suas atividades e marchem pelo país.

"Temos de fazer o país sentir nossa presença com a ausência", disseram na sexta-feira os porta-vozes dos grupos hispânicos mais importantes dos Estados Unidos.

Mesmo que 1º de maio seja uma jornada normal nos Estados Unidos, diferente de boa parte do resto do mundo que comemora o dia do trabalho, a próxima segunda-feira poderá está em sintonia com a maioria do planeta, sob um ambiente de feriado e marchas convocados por grêmios sindicais e defensores dos direitos dos imigrantes.

Uma enorme rede de organizações, que representa a primeira minoria, os 40 milhões de hispânicos, pediu a união entre todas as comunidades de imigrantes para que na data ninguém vá ao trabalho e à escola e deixem de comprar para mostrar o peso dos estrangeiros na atividade econômica americana.

"Nossa mensagem é inequívoca, ninguém tem de ir ao trabalho, nem à escola, vamos marchar", destacou em um entrevista coletiva na sexta-feira Nativo López, presidente da influente Associação Mexicana (MAPA), enquanto a coalizão "We are América (Nós somos a América)", que inclui a Igreja Católica, prefere os protestos após a jornada de trabalho. Na sexta-feira, o cineasta mexicano Sergio Arau, que há dois anos dirigiu a comédia "Um dia sem Mexicanos", fez uma declaração que mostra bem o ambiente sobre os protestos.

"A arte se inspira na realidade, mas a realidade se inspirar na arte é algo raro e para mim, uma honra", disse à AFP o cineasta, cuja história poderá deixar de ser ficção na segunda-feira.

No filme, os cerca de 36 milhões de moradores da Califórnia acordam um belo dia e percebem algo estranho: a babá não chega, as latas de lixo transbordam, não há quem dirija os ônibus escolares, faltam caixas de supermercados, nos restaurantes não há garçons ou cozinheiros. Os 14 milhões de hispânicos do estado tinham simplesmente desaparecido.





Fonte: AFP

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