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Internacional
Sábado - 29 de Abril de 2006 às 15:11

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Investigadores da União Européia, analisando o suposto sequestro pela CIA de um alemão nascido no Kuwait, visitaram no sábado um hotel onde ele permaneceu na Macedônia, em 2004. "Porque ele ficou aqui por 23 dias? E será que ele permaneceu aqui voluntariamente, ou detido?", questionou Claudio Fava, que lidera o comitê do parlamento europeu que investiga alegações de transferências secretas de prisioneiros e detenções ilegais pela CIA na Europa.

Grupos de direitos humanos citam o caso de Khaled el-Masri como um exemplo da "extradição extraordinária" dos Estados Unidos — ou transferência secreta de suspeitos de terrorismo para países em desenvolvimento, onde enfrentam abuso e torturas.

A visita ao hotel encerrou uma viagem de três dias à Macedônia pela equipe de investigação do parlamento europeu.

Fava disse à Reuters que os investigadores queriam saber quem pagou a conta de Masri no hotel, onde permaneceu durante os primeiros 23 dias de 2004.

"Alguém pagou a conta", disse Fava no saguão do hotel Skopski Merak em um distrito da capital, Skopje. "Mas esta é minha pergunta: Quem pagou?"

Fava disse na sexta-feira que não havia "provas contundentes" para confirmar a alegação de Masri de que foi seqüestrado por agentes macedônios antes de ser enviado de avião pela CIA ao Afeganistão para interrogatório.

Masri diz ter sido retirado de um ônibus e detido na fronteira com a Macedônia no Reveillon de 2003.

Ele disse a investigadores ter sido mantido por guardas macedônios em um hotel e enviado de avião pela CIA ao Afeganistão, onde ficou preso como suspeito de terrorismo antes de ter sido deixado sem explicações na Albânia, em maio de 2004.

A Macedônia, respeitando as negociações para acesso à UE e como aliado militar dos Estados Unidos no Iraque, nega qualquer erro.

O ministro do Interior, Ljubomir Mihailovski, disse na sexta-feira que Masri havia saído pela fronteira principal com Kosovo, a província sul da Sérvia controlada pela ONU. Ele disse que as alegações de que teria saído de avião eram "pura especulação".

Mas os investigadores apontam para um selo no passaporte de Masri do aeroporto de Skopje, datado de 23 de janeiro de 2004, o dia em que seu advogado alega que ele foi enviado de avião a Kabul via Bagdá e submetido a meses de tortura. Masri está processando o ex-chefe da CIA, George Tenet.

"É um pouco estranho que um homem desempregado tenha vindo da Alemanha de ônibus, sem muito dinheiro no bolso, para se fechar voluntariamente neste quarto e depois pagar em dinheiro cerca de 2.000 euros por um quarto caro", disse Fava.





Fonte: EFE

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