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Nacional
Sábado - 29 de Abril de 2006 às 14:15

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O vencedor das eleições gerais italianas, Romano Prodi, conseguiu hoje colocar seus candidatos na Presidência da Câmara dos Deputados e do Senado, mas apenas após quatro cansativas rodadas de votação, nas quais ficou evidente sua pequena maioria. A maior parte dos olhares estava voltada para o Senado, já que nesta câmara a centro-esquerda de Prodi tem apenas duas cadeiras a mais que o bloco conservador liderado pelo ainda primeiro-ministro, Silvio Berlusconi.

Na primeira sessão do Senado, realizada ontem, ocorreram três polêmicas votações nas quais ninguém obteve a maioria necessária, enquanto na rodada realizada hoje ganhou o candidato de Prodi, Franco Marini.

Marini, da formação centrista Margarida, derrotou por nove votos o veterano democrata-cristão Giulio Andreotti, sete vezes primeiro-ministro, e a jogada política com a qual Berlusconi tentou ganhar votos para dar a um de seus aliados a Presidência da câmara.

A tentativa de "Il Cavaliere" fracassou, mas ao mesmo tempo Prodi viu frustrada a esperança de que seu candidato fosse eleito na primeira rodada para transmitir uma mensagem de estabilidade política aos italianos.

Enquanto isso, na Câmara dos Deputados foi eleito hoje como presidente o dirigente da Refundação Comunista, Fausto Bertinotti, também aliado de Prodi, que obteve a maioria absoluta na quarta de rodada de votação.

A designação de Bertinotti, candidato único, era dada como certa por todos os partidos políticos, já que na quarta votação ele precisava do apoio da metade mais um dos deputados, e a aliança União - de Prodi - tem 347 das 630 cadeiras.

Em seu discurso de posse, o líder comunista mostrou sua vontade de que a atual legislatura seja de "abertura e diálogo", e ressaltou a necessidade de dar credibilidade às instituições democráticas.

Franco Marini também pediu, em seu primeiro discurso como presidente do Senado, compromisso por parte de todos para estabelecer "juntos as melhores opções para o país". Os representantes da centro-esquerda mostraram sua satisfação pela vitória nas duas câmaras, que para Romano Prodi foi uma mostra de que a legislatura pode começar bem.

"Em poucas horas mudou todo o horizonte. Não estava preocupado, porque considerava que era uma situação de ajuste", disse o ex-presidente da Comissão Européia em referência aos momentos de incerteza vividos após as primeiras votações.

"Houve uma solução positiva, e acho que a legislatura pode começar bem", acrescentou, após se mostrar "muito feliz" pelos resultados no Senado.

Do mesmo modo opinaram seus principais aliados, o Margarida e o Democratas de Esquerda (DS), que insistiram em que a maioria da centro-esquerda é suficiente para governar as duas câmaras.

Berlusconi, por sua vez, criticou o desenvolvimento da votação no Senado, e definiu como "ignóbil" a maioria com a qual Marini obteve a vitória, na qual, segundo o primeiro-ministro, influíram de forma decisiva os votos dos sete senadores vitalícios.

O ainda primeiro-ministro disse que colocará seu cargo à disposição do presidente da República, Carlo Azeglio Ciampi, na próxima terça-feira.

Assim que Berlusconi colocar seu cargo nas mãos do presidente, este deverá encarregar a Prodi a formação de um novo Governo.

Isso, no entanto, poderia ser adiado até meados de maio, já que os sete anos de mandato de Ciampi terminam no próximo dia 18, e tudo indica que será seu sucessor, eleito pelo Parlamento, que ficará responsável por pedir a formação do novo Executivo.





Fonte: EFE

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