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Manifestaçaõ em MT indicam reduçaõ de area plantada
As entidades ligadas ao agronegócio acreditam que as manifestações de produtores rurais que vêm ocorrendo no interior de Mato Grosso sinalizam uma redução drástica na área plantada. "Nossa maior preocupação é de que nem haja a próxima safra", alertou o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado, Rui Ottoni Prado. Mesmo sem ter uma coordenação estadual definida, o foco principal dos protestos é segurar toda a produção agrícola dentro do Estado e impedir que insumos cheguem às lavouras.
Para Prado, o Governo tem que definir uma política que aumente o preço das commodities ou reduza os custos de produção. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Homero Pereira, concorda que o país deve ter uma política agrícola duradoura. "A atividade agrícola tem que ser rentável para que o produtor possa pagar as dívidas", disse Pereira.
Segundo as lideranças, os movimentos não têm data definida para acabar. A declaração foi feita durante entrevista coletiva realizada na manhã desta sexta-feira (28.04) na sede da Famato, em Cuiabá. "Os produtores rurais estão dispostos a continuar protestando até que o Governo tome medidas que recuperem a renda do setor", completou Pereira.
A classe dos caminhoneiros também manifestou solidariedade ao movimento. "Por conta da crise, o volume de frete para a atividade caiu cerca de 65%", disse o motorista Walter Joner Pereira de Souza. Walter de Souza participou da reunião dos Sindicatos Rurais que aconteceu hoje na sede da Famato, representando o Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Mato Grosso e União Nacional dos Caminhoneiros. Para Walter, se realmente houver redução da área plantada, os problemas na área social serão inúmeros. "O setor de transportes emprega muita gente. Desde de borracharias até restaurantes", conclui.
Os jovens também estão preocupados com a dimensão da crise. O estudante de agronomia Marcelo Pasqualotti expôs sua realidade: "Quando saí de casa pela última vez, fui avisado de que no final deste semestre terei que deixar a faculdade". Pasqualotti é filho de um pequeno produtor na região do Vale do Araguaia. A família do estudante planta 120 hectares no município de Canarana (823 Km a leste de Cuiabá). Marcelo está preocupado com o futuro: "A última turma que se formou em Agronomia na minha faculdade está toda desempregada", disse.
Balanço - O "Grito do Ipiranga" já reuniu pelo menos 10 mil produtores agrícolas, em 15 municípios. Quatro das cinco rodovias federais de Mato Grosso estão interditadas. Os produtores protestam contra a política agrícola imposta pela Governo e exigem medidas que recuperem a renda do setor. Na semana que vem, a região sul do Estado deve aderir ao movimento. Os produtores do município de Rondonópolis estão se articulando para que as cidades da região trabalhem junto.
Sojicultor tem prejuízo de mais de R$ 13 por saca
O produtor rural em Mato Grosso tem um prejuízo de cerca de R$ 13,08 para plantar soja. Segundo dados da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), o custo de produção da safra 2005/06, que está sendo comercializada, ficou em torno de R$ 1457,72 por hectare. Segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola, a produtividade média do Estado foi de 45 sacas por hectare, ou seja, o custo de produção foi de R$ 32,39 por saca. No entanto, em 2006, o preço médio de venda da soja foi de R$ 19,31.
Os produtores apontam que as intempéries climáticas, a ferrugem asiática e o preço do óleo diesel são as principais causas do alto custo de produção. "A ferrugem tem que ser considerada epidemia. A doença aumenta os custos e diminui a produtividade. A doença já extrapolou ao controle do produtor", explicou.
Quanto ao óleo diesel, os produtores argumentam que há dois anos o produto custava U$ 0,33 e hoje o valor é de U$ 1,00. "O preço aumentou abusivamente enquanto a Petrobrás anuncia auto suficiência em Petróleo e lucros recordes", criticou o produtor rural Cleto Weber. Os produtores manifestaram a indignação durante entrevista coletiva concedida esta manhã na sede da Famato, em Cuiabá.
BR 163 - Outro alvo de críticas é a demora para a pavimentação da BR 163 até Santarém. Os produtores alegam que para transportar os produtos até o Porto de Paranaguá, no Sul do país, gasta-se R$ 1, 4 bilhão. Se a saída para Santarém estivesse concluída, o gasto seria de R$ 700 milhões. Segundo o produtor rural Neri Geller, R$ 700 milhões é o custo da conclusão da rodovia até o porto ao Norte. "Todos os anos jogamos no lixo uma BR 163", comparou Geller.
Para Prado, o Governo tem que definir uma política que aumente o preço das commodities ou reduza os custos de produção. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Homero Pereira, concorda que o país deve ter uma política agrícola duradoura. "A atividade agrícola tem que ser rentável para que o produtor possa pagar as dívidas", disse Pereira.
Segundo as lideranças, os movimentos não têm data definida para acabar. A declaração foi feita durante entrevista coletiva realizada na manhã desta sexta-feira (28.04) na sede da Famato, em Cuiabá. "Os produtores rurais estão dispostos a continuar protestando até que o Governo tome medidas que recuperem a renda do setor", completou Pereira.
A classe dos caminhoneiros também manifestou solidariedade ao movimento. "Por conta da crise, o volume de frete para a atividade caiu cerca de 65%", disse o motorista Walter Joner Pereira de Souza. Walter de Souza participou da reunião dos Sindicatos Rurais que aconteceu hoje na sede da Famato, representando o Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Mato Grosso e União Nacional dos Caminhoneiros. Para Walter, se realmente houver redução da área plantada, os problemas na área social serão inúmeros. "O setor de transportes emprega muita gente. Desde de borracharias até restaurantes", conclui.
Os jovens também estão preocupados com a dimensão da crise. O estudante de agronomia Marcelo Pasqualotti expôs sua realidade: "Quando saí de casa pela última vez, fui avisado de que no final deste semestre terei que deixar a faculdade". Pasqualotti é filho de um pequeno produtor na região do Vale do Araguaia. A família do estudante planta 120 hectares no município de Canarana (823 Km a leste de Cuiabá). Marcelo está preocupado com o futuro: "A última turma que se formou em Agronomia na minha faculdade está toda desempregada", disse.
Balanço - O "Grito do Ipiranga" já reuniu pelo menos 10 mil produtores agrícolas, em 15 municípios. Quatro das cinco rodovias federais de Mato Grosso estão interditadas. Os produtores protestam contra a política agrícola imposta pela Governo e exigem medidas que recuperem a renda do setor. Na semana que vem, a região sul do Estado deve aderir ao movimento. Os produtores do município de Rondonópolis estão se articulando para que as cidades da região trabalhem junto.
Sojicultor tem prejuízo de mais de R$ 13 por saca
O produtor rural em Mato Grosso tem um prejuízo de cerca de R$ 13,08 para plantar soja. Segundo dados da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), o custo de produção da safra 2005/06, que está sendo comercializada, ficou em torno de R$ 1457,72 por hectare. Segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola, a produtividade média do Estado foi de 45 sacas por hectare, ou seja, o custo de produção foi de R$ 32,39 por saca. No entanto, em 2006, o preço médio de venda da soja foi de R$ 19,31.
Os produtores apontam que as intempéries climáticas, a ferrugem asiática e o preço do óleo diesel são as principais causas do alto custo de produção. "A ferrugem tem que ser considerada epidemia. A doença aumenta os custos e diminui a produtividade. A doença já extrapolou ao controle do produtor", explicou.
Quanto ao óleo diesel, os produtores argumentam que há dois anos o produto custava U$ 0,33 e hoje o valor é de U$ 1,00. "O preço aumentou abusivamente enquanto a Petrobrás anuncia auto suficiência em Petróleo e lucros recordes", criticou o produtor rural Cleto Weber. Os produtores manifestaram a indignação durante entrevista coletiva concedida esta manhã na sede da Famato, em Cuiabá.
BR 163 - Outro alvo de críticas é a demora para a pavimentação da BR 163 até Santarém. Os produtores alegam que para transportar os produtos até o Porto de Paranaguá, no Sul do país, gasta-se R$ 1, 4 bilhão. Se a saída para Santarém estivesse concluída, o gasto seria de R$ 700 milhões. Segundo o produtor rural Neri Geller, R$ 700 milhões é o custo da conclusão da rodovia até o porto ao Norte. "Todos os anos jogamos no lixo uma BR 163", comparou Geller.
Fonte:
Da Assessoria
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/304113/visualizar/
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