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Economia
Quinta - 27 de Abril de 2006 às 09:30

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Os fiscais federais agropecuários, Márcia Albuquerque e Antonio Hideu Inoue, do Ministério da Agricultura em Cuiabá, que estiveram na cidade de Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, nove dias após a cidade sofrer os efeitos de uma nuvem de agrotóxicos na área urbana, conforme denúncia da população, concluíram que não houve pulverização de veneno. Os técnicos não conseguiram colher amostras por causa do tempo decorrido desde a denúncia. Isso inviabilizou, segundo eles, as provas sobre qual substância teria causado os problemas na cidade e na população.

Os dois técnicos elaboraram um relatório técnico sobre o assunto. Segundo o documento, o trabalho incluiu a fiscalização de uma empresa de aviação agrícola, que poderia ter causado o acidente com veneno dessecante para plantações de soja, além de produtores rurais que possuíam aviões sem registro algum para realizar esse tipo de pulverização.

O relatório dos fiscais agropecuários conclui que, diante dos "fatos constatados nas propriedades visitas e suas localizações em relação à cidade", não há possibilidade de que aviões possam ter despejado veneno sobre a área urbana no início de março. "[Não há possibilidade] de ter acontecido vôo de aeronaves agrícolas, sobre as propriedades, com equipamento de aplicação aberto ou com vazamentos, vindo a provocar as lesões nas plantas dos reclamantes. Caso houvesse, as lesões nas folhas das plantas estariam distribuídas nas propriedades situadas ao longo de uma faixa por onde teria sobrevoado a aeronave", diz o texto.

Os fiscais visitaram algumas propriedades e locais efetados e concluíram, com base no cálculo das posições geográficas, que os efeitos sentidos são decorrentes de uma "deriva", ou seja, "o deslocamento não intencional de produto químico após a sua emissão, para outro local diferente daquele que se pretendia aplicar, poderia ter sido provocada pela aplicação aérea ou terrestre". Isso aconteceria por condições climáticas (ventos acima dos limites ideais de aplicação, inversão térmica).

Parte do relatório ainda cita que algumas folhas e plantas mostram tinham lesões de doenças e não de contaminação por agrotóxicos. Era o caso de amostras de folhas de mamão, cebolinhas, mandioca e gramíneas.

Terminando o documento, os técnicos recomendam que, "em situações de suspeita de ocorrência de deriva de produtos químicos, os órgãos do município efetuem a coleta de amostras de folhas e encaminhem a laboratório para análise de resíduos químicos". Esse procedimento deve ser realizado num prazo de aproximadamente sete dias para não perder as partículas ativas dos produtos aplicados. A investigação em Lucas do Rio Verde não colheu amostras no prazo.





Fonte: ABR

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