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Quarta - 26 de Abril de 2006 às 18:37
Por: Sergio Edson

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Os produtores rurais de Sorriso queimaram na tarde desta quarta-feira, às margens da BR-163, uma colheitadeira no valor de R$ 70 mil em protesto contra a crise na agricultura. As manifestações no município estão acontecendo em frente ao Posto 2000. Além dos agricultores, o movimento é engrossado por empresários, autoridades e trabalhadores rurais desempegados.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Homero Pereira, esteve em Sorriso por volta das 15 horas acompanhando as manifestações. Segundo ele, devido ao descaso com que o governo atende as reivindicações da classe agrícola, não há outra saída senão radicalizar para que o manifesto seja ouvido.

Antes de Sorriso, o sindicalista esteve em Sinop. Para ele, o protesto é intenso em todo o Nortão. “Nós estamos estimulando os produtores a estarem participando ativamente desse processo, porque não adianta nós voltarmos para dentro das nossas propriedades nesse momento e querer plantar porque a conta não fecha. Por isso, o produtor tem mais é que vir para a beira do asfalto e manifestar”.

Ontem (25), a Famato entrou com uma medida judicial na Justiça Federal para garantir o preço mínimo e cobrar da União o ressarcimento das perdas do produtor rural. “A lei agrícola mostra que tem que haver uma margem de rentabilidade de pelo menos 30% em relação ao custo de produção. O governo federal não está obedecendo isso e a Famato entrou na Justiça e vai entrar tantas vezes quanto for necessário para fazer valer os direitos dos produtores rurais”, disse Pereira.

Sobre a decisão do juiz da 1ª Vara Federal de Mato Grosso, Julier Sebastião da Silva, determinando a liberação do tráfego na BR-163, atendendo ação foi impetrada pelo Governo Federal, Homero Pereira, disse que é um direito do governo Lula. “Nós estamos fazendo o manifesto de forma pacífica. É óbvio que não existe manifestação sem que haja um pouco de transtorno. Nas manifestações do MST a polícia chega a estar apoiando ao longo das rodovias, muitas vezes financiado com dinheiro público igual nós vimos naquela marcha que fizeram à Brasília e que foi financiada pelo dinheiro público. A nossa aqui é uma manifestação dos produtores financiada por eles próprios”.

O presidente da Famato disse ainda que o movimento não tem data para acabar e que os produtores permanecerão em assembléia permanente. “Este movimento não tem hora para acabar. Enquanto a gente não tiver uma posição clara do governo federal, principalmente na recuperação da renda do setor, certamente nós permaneceremos mobilizados, inclusive, se for o caso, até à época das eleições”.

Para Pereira, a crise na agricultura é também um problema político. “Só não se resolve porque existe um problema político nesse momento, e o governo federal está questionando o modelo do agronegócio, e nós temos que nos posicionar politicamente a respeito dessa questão”.





Fonte: Clichoje

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