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Internacional
Terça - 25 de Abril de 2006 às 14:06

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O investigador Serge Brammertz, da Organização das Nações Unidas, interrogou na terça-feira o presidente da Síria, Bashar al-Assad, sobre o possível envolvimento do país no assassinato do ex-premiê libanês Rafik al-Hariri no ano passado, disseram fontes da ONU.

A reunião foi a primeira entre os investigadores da ONU e o líder sírio desde a abertura do inquérito, em junho de 2005, sobre o assassinato. Hariri e outras 22 pessoas morreram num atentado a bomba contra sua comitiva em Beirute em fevereiro do ano passado. Não havia informações imediatas sobre o que aconteceu durante a entrevista.

"Duas reuniões distintas ocorreram, uma com o presidente Bashar al-Assad e uma com o vice-presidente Farouq al-Shara", disse uma porta-voz da ONU em Beirute.

A incerteza econômica e política vem afetando a Síria desde que um relatório da ONU, elaborado pelo antecessor de Brammertz, Detlev Mehlis, implicou autoridades sírias no assassinato de Hariri.

A Síria nega envolvimento na morte, e um relatório apresentado por Brammertz em março indicou que há bases para uma colaboração maior do governo sírio nas investigações.

Diplomatas ocidentais em Damasco disseram que não há provas diretas que responsabilizem Assad, e que o encontro com Brammetz é um sinal da disposição em colaborar. Mas um diplomata disse duvidar que a conversa esclareça o assassinato.

Assad já disse que, se se descobrir que uma autoridade síria teve participação no crime, ela será julgada pelo sistema legal sírio por traição.

Políticos libaneses anti-Síria afirmam que, no sistema governamental sírio, seria impossível haver envolvimento da administração sem o conhecimento de Assad.

O assassinato de Hariri deu origem a grandes protestos contra a Síria em Beirute e deflagrou a pressão internacional que culminou na retirada das tropas sírias do Líbano após uma presença de 29 anos.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, está tentando criar um tribunal internacional, provavelmente fora do Líbano, para julgar os suspeitos do assassinato.

Quatro autoridades de segurança libanesas próximas à Síria foram destituídas de seus cargos e detidas no ano passado em conexão com o crime.





Fonte: Reuters

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