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Polícia Brasil
Segunda - 24 de Abril de 2006 às 07:37
Por: Adilson Rosa

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A ausência do bicheiro João Arcanjo Ribeiro no Boa Esperança, bairro de classe média alta de Cuiabá, transformou vizinhança, antes uma região tranqüila, numa das mais inseguras de Cuiabá.

Desde que teve a prisão preventiva decretada, em dezembro de 2002, o bicheiro sumiu do bairro. Os ladrões, então, começaram a agir, assaltando nas ruas, estabelecimentos comerciais e principalmente nas casas.

O Boa Esperança faz divisa com outros bairros de classe média, como Jardim das Américas e Jardim Itália, que tiveram um aumento no número de assaltos nos últimos tempos. Mas insegurança maior está sendo sentida no próprio Boa Esperança.

No ano passado, o bairro apresentou 407 ocorrências envolvendo todos tipos de crimes. Embora a Polícia Civil não tenha uma estatística separando os crimes, os moradores calculam que ao menos 90 casas foram assaltadas. Em muitos casos, os proprietários não registraram queixa.

“Em termos absolutos, o Boa Esperança foi o bairro da Capital com maior número de ocorrências no ano passado”, observou um diretor de Polícia Civil. “Não temos como comparar se houve ou não aumento porque as nossas estatísticas são recentes”, esclareceu.

Na rua 9, onde está localizada a mansão do bicheiro, a tranqüilidade acabou há cerca de três anos. Uma mercearia, localizada nas proximidades, foi invadida cinco vezes por bandidos armados, que levaram dinheiro, cartões telefônicos e celulares. Isso somente nos últimos três anos.

“Antes (do sumiço do bicheiro), o bairro era tranqüilo. Perto da casa dele, ladrão nenhum se aproximava. É que na casa havia segurança particular e ninguém assaltava por lá. Agora a coisa mudou e há assalto sempre”, observou um morador.

Segundo ele, nos melhores momentos do bicheiro, havia uma casa próximo da mansão onde funcionava uma central de operação do jogo do bicho. Ali houve um único assalto, em que dois rapazes levaram parte do dinheiro arrecadado no dia.

“O Arcanjo ficou sabendo e mandou seus seguranças acharem os ladrões. Não só acharam como deram uma lição nos caras. A partir daí, então, nunca mais assaltante passou por lá. Mas agora estão fazendo a festa”, acrescentou o morador.

O aparato de segurança que o bicheiro tinha em sua casa, conforme o relato de vizinhos, era de assustar o bandido mais experiente. Além de cerca elétrica, vários homens armados ficavam na entrada da mansão. Moradores do bairro dizem que se cansaram de ver alguns seguranças com armas de grosso calibre.

Com tanto aparato, os moradores caminhavam até tarde da noite pelas ruas próximas da mansão do bicheiro, pois sabiam que não seriam incomodados. Mas hoje, não se arriscam a sair depois das 21 horas, embora policiais militares façam rondas constantes.

Mesmo com o morador mais ilustre longe do bairro, o Boa Esperança tem outros moradores ligados à Segurança Pública. Quatro delegados de polícia e policiais civis e militares também residem no bairro.





Fonte: Diário de Cuiabá

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