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Internacional
Sábado - 22 de Abril de 2006 às 21:45

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O curdo Jalal Talabani foi reeleito hoje pelo novo Parlamento iraquiano para a presidência da República e tornou-se assim o primeiro chefe de Estado permanente da era pós-Saddam. Os deputados também elegeram o novo presidente do Parlamento, o sunita Mahmoud Al-Mashadani e os dois vice-presidentes, o que significou um importante passo adiante na formação do Governo de união nacional, diante da crise surgida no país após as eleições de 15 de dezembro.



Imediatamente após sua escolha, o novo presidente tomou posse e prometeu restabelecer a segurança e a estabilidade, reconstruir a infra-estrutura, preservar a unidade e a independência do país e acabar com o terrorismo.

O dirigente curdo ocupou a chefia do Estado durante o Governo transitório eleito em janeiro de 2005 e que se encarregou da elaboração da nova Constituição iraquiana.

"Não hesitarei em usar todos os meios para acabar com o terrorismo e os atos de violência em nosso país e para manter a unidade da população", afirmou, após tomar posse como presidente do país.

Talabani encarregou Jawad Al-Malki da formação de um novo Gabinete e agradeceu a Ibrahim al-Jaafari por renunciar à sua candidatura ao cargo de primeiro-ministro.

Nem Talabani nem o novo presidente do Parlamento se referiram à presença das forças da coalizão liderada pelos EUA que invadiu o país em março de 2003.

O novo primeiro-ministro, o xiita Jawad Al-Malki, membro da Aliança Unida Iraquiana (AUI), a maior força parlamentar, terá que enfrentar agora a difícil tarefa de nomear os membros do próximo Governo.

Nas primeiras declarações após sua nomeação e antes da abertura da sessão parlamentar, Al-Malki afirmou que seu Governo não será composto a partir de bases comunais, étnicas ou sectárias.

Durante uma conferência para os principais líderes da AUI, Al-Malki disse que o novo Iraque será fundamentado em "uma fraternidade real entre todos os grupos".

As afirmações foram dirigidas às comunidades sunita e curda, que se opuseram radicalmente ao candidato anterior à Presidência do Governo, Iyad Allawi, por considerá-lo sectário.

A oposição dos dois grupos, que foi apoiada pelos xiitas laicos, originou a grave crise política que impediu a formação de um Governo de união nacional, quatro meses após as eleições.

No entanto, a renúncia de Jaafari à sua candidatura e a escolha pela AUI de um novo candidato para a chefia do Governo desbloquearam a crise e permitiram a realização da sessão parlamentar de hoje.

Segundo Al-Malki, "a eficiência e a honestidade absoluta serão os critérios para escolher os ministros do próximo Governo".



O novo primeiro-ministro acrescentou que seu futuro Governo fará o possível para que o Iraque se transforme "em um país de justiça, liberdade e democracia e desfrute de uma total soberania".

Após receber de Talabani a tarefa de formar um novo Governo, Al-Malki afirmou que "as armas estarão nas mãos do Governo", e acrescentou que "há uma lei que permite a fusão das milícias com as forças armadas".

Os sunitas acusam as milícias, conhecidas como "esquadrões da morte", do seqüestro e assassinato de centenas de iraquianos nos últimos meses. Segundo os sunitas, as milícias seriam apoiadas pelo Ministério do Interior.

No último dia 22 de fevereiro um atentado contra um mausoléu xiita em Samarra desatou uma onda de violência sectária que se alastrou por todo o país.

Al-Malki, "número dois" do partido Dawa , dirigido por Ibrahim Al-Jaafari, é considerado um político linha dura dentro da AUI.

O novo premier iraquiano foi condenado à morte durante o regime de Saddam Hussein e foi obrigado a fugir do país e a procurar refúgio no Irã, na Síria, e em outros países, até que, com a queda de Saddam em 2003, pôde voltar ao país.




Fonte: EFE

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