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Agronegócios
Sexta - 21 de Abril de 2006 às 06:49
Por: Coracy Lima

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A derrota do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que busca a reeleição, deverá trazer a solução para a crise no setor do agronegócio. É o que aponta a expectativa do governador Blairo Maggi, que já definiu o dia 1º de outubro como o começo do fim da crise que compromete o setor produtor do país. Maggi afirma que “o governo Lula massacrou o setor produtor”.

Considerando que a crise acontece da porteira para fora, Maggi aposta que ela acaba quando o governo deixar de brincadeira. “Quando isso acontecer o agronegócio vai estar em pauta novamente. Não é possível em lugar algum viver sem o agronegócio. Não é possível nem tomar a cervejinha de final de semana se não tiver um agricultor trabalhando. Portanto, acho que devemos ficar firmes e fortes até que a agricultura volte a crescer”, alertou.

Maggi classificou o pacote anunciado pelo governo federal como um paliativo para o setor e avaliou que é necessário ações além de resolver os problemas momentâneos. Ele reclama da falta de investimento em infra-estrutura nos últimos anos. O maior problema do Estado, na sua opinião, se concentra no norte de Mato Grosso.

Estímulo

Apesar da crise que assola a cadeia produtiva do agronegócio – gerada pela variação cambial e taxa de juros, entre outros fatores –, os 270 expositores em nível regional, nacional e internacional presentes na Agrishow Cerrado estão sendo estimulados pelo governo do Estado, que aposta na superação das dificuldades econômicas do país que afetam a arrecadação estadual.

Na manhã de ontem, o secretário de Desenvolvimento Rural, Clóves Vettorato, e o prefeito de Rondonópolis, Adilton Sachetti, visitaram estandes dos expositores, ocasião em que todos lamentaram a situação pela qual atravessa o agribusiness. No entanto, mantêm a confiança no setor, assinala Luiz Carlos Rodrigues, presidente da Busa Indústria e Comércio de Máquinas Agrícolas. “O momento é de crise, sem dúvida. Mas temos que ter esperança”, disse Luiz Carlos.

Nos estandes de expositores, empresários e representantes comerciais informaram ao secretário e ao prefeito sobre as demissões no setor de máquinas, insumos e implementos agrícolas. O Grupo Jan, que fabrica implementos agrícolas, já demitiu 350 funcionários desde o final de 2004, em sua fábrica localizada no município de Não-Me-Toque (RS), anunciaram executivos da empresa.

Situação semelhante, relataram empresários, ocorreu com a Semeato Indústria e Comércio, fabricante de máquinas agrícolas como sulcadores, compactadores, entre outros implementos, que demitiu 600 funcionários.

Pequenos não têm acesso a crédito

Preocupado com a situação dos pequenos produtores, em que a maioria não tem acesso às principais linhas de crédito em bancos oficiais, o secretário de Desenvolvimento Rural de Estado, Clóves Vettorato, fez questão de conhecer as máquinas fabricadas pela Jumil, cuja linha de implementos agrícolas pode ser usada pelos agricultores. “Temos que buscar alternativas de renda com agregação de valor à produção dos pequenos produtores”, disse Vettorato, que foi recebido no estande da empresa por Márcio Cardoso, representante comercial da Jumil na região.

Após visita às empresas, o secretário conheceu os cultivares da Fundação MT, no Parque Wilmar Peres de Farias, onde ocorre a demonstração de máquinas para o segmento da agricultura familiar. O secretário conversou com um grupo de 70 agricultores do Assentamento Carimã, em Rondonópolis, que estão participando da programação destinada a eles. Os agricultores vão apresentar ao governo do Estado reivindicações para comercializar a produção do assentamento, como milho, mandioca, arroz e hortifrutigranjeiros. “Queremos mais apoio para assistência técnica e comercialização dos nossos produtos”, disse a vice-presidente do assentamento, Nair Pereira Nascimento.

Além de atender pequenos agricultores, o secretário esteve na TecnoCampo, onde assistiu a palestra proferida pelo pesquisador da Fundação MT Fabiano Siqueri sobre tecnologia da aplicação e controle da ferrugem.





Fonte: Folha do Estado

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