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Cidades/Geral
Quarta - 19 de Abril de 2006 às 11:45

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Ele conta que foi um dos primeiros de sua etnia escolhido para estudar na cidade. "Foi uma estratégia muito bonita do meu avô. Ele teve a felicidade de investir na gente. Eu tive um tratamento especial e fui bem educado", afirmou.

Hoje, como presidente do Instituto das Tradições indígenas (Ideti), ele participa da 1ª Conferência Nacional dos Povos Indígenas que termina nesta quarta-feira (19) em Brasília. "Primeiramente viemos discutir problemas sérios, como falta de autonomia, diálogo, saúde e invasões. Mesmo as pessoas sabendo que vivemos numa reserva indígena, somos muito desrespeitados", ressaltou Siridiwê.

Para o xavante que aprendeu a ler e escrever, se formou em Geologia na Bolívia e cursa Relações Internacionais, a conferência tem um sabor especial. "É aqui onde vou decidir a vida da minha comunidade. Essa reunião é histórica. É a primeira vez que 230 povos se encontram, de 180 línguas." Mais de 9,5 mil xavantes vivem no Mato Grosso e estão divididos em 70 aldeias.

O diálogo entre o povo indígena e o Congresso Nacional, segundo Siridiwê, não existe. "Há senadores que acham que, pelos seus poderes, não devem dialogar com a gente. Eles não fazem, enfeitam qualquer intenção de projeto e já mandam para nos convencer. Peço que chame para o diálogo, antes de qualquer coisa".





Fonte: ABR

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