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Agronegócios
Quarta - 19 de Abril de 2006 às 08:17

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Genebra, 19 - A saída de Robert Portman do cargo de representante comercial dos Estados Unidos foi considerado pelo Brasil fato negativo para as negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC). "Ficará mais complicado e dificulta o processo", disse o embaixador do Brasil na entidade, Clodoaldo Hugueney. Os demais embaixadores na OMC também previram conseqüências negativas.

A missão dos EUA na OMC, vendo a reação, se apressou a ligar para os jornalistas. "Nada muda na política comercial americana com a troca, nossos objetivos continuam os mesmos, pois se trata de uma agenda do presidente George W. Bush", afirmou Peter Allgeier, embaixador dos EUA na OMC.

Mas muitos diplomatas acham que a Rodada Doha, já em crise por falta de um entendimento, pode ser afetada. "Está tudo acabado, parece até algo feito de propósito", desabafou um importante negociador africano. "É como trocar os cavalos na fase final da corrida", alertou um diplomata europeu. O embaixador da União Européia, Carlo Trojan, também está pessimista.

A OMC havia estabelecido o prazo de final de abril para que os países chegassem a um acordo sobre como ocorreria o corte de tarifas de importação de bens industriais e agrícolas. Esses temas teriam de ter sido fechado na reunião ministerial da OMC em Hong Kong em dezembro, mas o desentendimento adiou o acordo. O problema é que, pela falta de progresso nas negociações, tudo indica que o novo prazo de abril também será perdido.

A idéia era de que, em duas semanas, os ministros fossem a Genebra para concluir essa fase das negociações, permitindo que o processo fosse mantido até o fim do ano, quando o acordo geral seria assinado.

Portman era considerado um aliado do Brasil na pressão feita contra a UE pela maior abertura do mercado para os produtos agrícolas. Ele chegou a buscar o chanceler Celso Amorim nos corredores da reunião de Hong Kong de madrugada, pedindo ao brasileiro para voltar à mesa de negociações. Amorim abandonou a reunião depois que a UE indicou que não cederia na abertura de mercado.





Fonte: Agência Estado

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