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Nacional
Segunda - 17 de Abril de 2006 às 15:50

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O jornalista Marcelo Netto, que foi assessor de comunicação do ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda), foi indiciado pela Polícia Federal pelo crime que quebra de sigilo bancário. Ele depôs hoje para a PF por cerca de quatro horas no inquérito que apura a violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa.

O ex-assessor é suspeito de ter repassado o extrato bancário do caseiro Francenildo Costa para a revista "Época".

O delegado Rodrigo Carneiro Gomes, responsável pelo inquérito na Polícia Federal, pediu hoje a quebra do sigilo telefônico de Netto para a Justiça Federal. Para investigar a responsabilidade pelo vazamento dos dados bancários de Francenildo, a PF deve rastrear todas as ligações feitas por Netto no período anterior e posterior à publicação no dia 17 de março do extrato bancário do caseiro no blog da revista 'Época'.

Como Netto trabalhava como assessor de comunicação do ex-ministro da Fazenda, fontes da PF informaram que é normal que ele tenha feito ligações telefônicas para diversos órgãos de imprensa. A PF quer analisar com que freqüência e em que horário as chamadas foram feitas.

Quando depôs para a PF pela primeira vez, no dia 5 de abril, Netto se manteve calado e não respondeu a nenhuma pergunta alegando que não tinha conhecimento do inquérito. Na semana passada, a PF informou que Netto não estava cooperando com o inquérito como outros envolvidos.

O vazamento dos dados bancários do caseiro ocorreu logo depois dele contradizer Palocci na CPI dos Bingos. Ele disse ter visto Palocci na casa usada em Brasília para fechamento de negócios suspeitos com lobistas e festas com prostitutas. Palocci negou para a CPI ter freqüentado essa casa.

Os dados da movimentação bancária de Francenildo --que mostraram o recebimento de R$ 25 mil em depósitos-- foram usados pelos governistas para lançar suspeita sobre o depoimento do caseiro. O ministro Luiz Marinho (Trabalho) chegou a dizer que Francenildo havia sido "inventado" e "treinado" pela oposição para desestabilizar o governo.

Francenildo, por sua vez, disse que o dinheiro havia sido depositado na conta poupança da Caixa Econômica Federal por Eurípedes Soares, seu suposto pai biológico, a título de recompensa pelo não reconhecimento da paternidade.

A quebra ilegal do sigilo bancário de Francenildo conseguiu desestabilizar o governo. Palocci foi demitido depois do ex-presidente da Caixa Jorge Mattoso dizer para a PF que entregou o extrato bancário do caseiro nas mãos do ex-ministro.

Para obter o extrato, Mattoso pediu a ajuda do consultor especial da presidência da Caixa Ricardo Schumann, que por sua vez acionou a superintendente Sueli Aparecida Mascarenhas, que transmitiu o serviço para o gerente Jeter Ribeiro de Souza.

A comissão interna de inquérito da Caixa isentou todos os funcionários da responsabilidade pela quebra do sigilo bancário do caseiro. Para a comissão, os funcionários 'agiram no cumprimento de determinação de superior hierárquico, não considerada ilegal'.

A PF, entretanto, já indiciou Mattoso e Palocci pelos crimes de quebra de sigilo bancário e violação de sigilo funcional. Palocci pode ser indiciado ainda por prevaricação. Netto ainda não foi indiciado pela PF.





Fonte: 24Horas News

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