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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Segunda - 17 de Abril de 2006 às 09:17

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Ex-funcionário da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo, demitido sob a acusação de comandar um esquema de anulação de multas de trânsito, Hugo Carlos de Almeida, 43 anos, afirma que era procurado por pessoas que se apresentavam como assessores de políticos e de partidos para que ele deferisse recursos e cancelasse penalidades.

Almeida disse ao jornal Folha de S.Paulo ter anulado, depois de ser procurado por telefone, multas, por exemplo, do vereador Abou Anni (PV), do suplente de vereador Ricardo Teixeira (PSDB) - que trabalha na Secretaria das Subprefeituras da administração José Serra/Gilberto Kassab - e de uma pessoa que se disse ligada ao vereador Bispo Atílio (PRB). Cita ainda um assessor de confiança do Departamento de Transportes Públicos (DTP), órgão ligado à Secretaria dos Transportes.

Os políticos cujos nomes foram citados pelo ex-funcionário da CET negam que assessores seus tenham feito ligações para pedir a anulação de multas de trânsito.

A comissão de sindicância que investigou a anulação indevida de 6.554 multas, que totalizariam R$ 1,08 milhão, também detectou 26 empregados da CET entre os beneficiados pelos cancelamentos - alguns em cargos de chefia. Almeida tinha a função de analisar a chamada defesa prévia de multas, instância para avaliar só aspectos formais, como os erros flagrantes nos autos de infração. Por exemplo, um motorista multado por desrespeito ao rodízio às 12h, quando a restrição não existe.

O vereador Abou Anni (PV) afirma que a autuação que sofreu, de forma indevida, foi apagada sem que ele nem seus assessores tenham solicitado a ninguém. O suplente de vereador Ricardo Teixeira (PSDB) disse que levou uma multa indevida no ano passado por transitar em uma área próxima ao vale do Anhangabaú, no centro da cidade. O tucano disse que houve um erro pelo fato de ele ter uma autorização especial da CET para circular nesse local, por trabalhar no prédio da secretaria municipal.

O nome de Bispo Atílio foi citado por telefone, de acordo com Almeida, por conta de uma multa que envolvia uma empregada da CET. O marido dela trabalhava na Câmara, no gabinete do vereador. A assessoria do vereador Bispo Atílio foi contatada e informou que Valter Luiz Sguillaro, que elaborou um recurso deferido para uma multa levada por sua mulher, não trabalha mais no local.Ele disse ter entrado com a defesa prévia por meio de um despachante, como qualquer cidadão, sem telefonar a ninguém. A Secretaria dos Transportes não quis comentar as declarações de Almeida.





Fonte: Terra

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