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Economia
Segunda - 17 de Abril de 2006 às 06:59
Por: Joana Dantas

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A Fundação de Apoio à pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação Mato Grosso) está ameaçada de paralisar as atividades no próximo ano.

Em 2006, a arrecadação anual de R$ 10 milhões diminuiu para R$ 8 milhões. E não há previsão de orçamento para 2007. A preocupação é do presidente da instituição de pesquisa, Hugo de Carvalho Ribeiro.

Segundo ele, o endividamento da classe produtiva, as commodities sem competitividade no mercado exterior e o dólar mantendo sua curva inclinada para baixo, os agricultores, principais financiadores da Fundação MT, estão reduzindo investimentos em tecnologia e pesquisa.

“Estamos muito preocupados com a descontinuidade da Fundação MT no próximo ano. Com esse cenário atual, não temos como esperar um futuro para a instituição, pois somos 100% dependentes dos produtores”, afirmou o presidente da Fundação MT.

Ribeiro afirma que este ano já fizeram ao máximo para cortar custos. Por exemplo, o Tecnocampo, evento realizado pela Fundação MT para difundir novas tecnologia, em anos anteriores percorria todos os municípios produtores.

Porém, nesta edição, as regiões produtivas foram agrupadas em pólos, que facilitou a divulgação dos resultados de pesquisas em apenas três dias de palestras, demandando pouco recursos.

Tradição

A instituição de pesquisa está há 13 anos ajudando a lavoura do Estado à melhorar a qualidade das culturas de soja e algodão, aumentando produtividade e combatendo doenças com alta tecnologia.

Segundo Hugo Ribeiro, cerca de 45% das sementes utilizadas na lavoura de Mato Grosso são da Fundação MT.

“Por isso, uma interrupção nas pesquisas nesse momento seria uma perda irreparável para a ciência e tecnologia agrícola do Estado”, advertiu Ribeiro.

Desde que iniciaram as atividades da Fundação MT, em 1993, em Rondonópolis (200 km ao Sul de Cuiabá), por iniciativa e necessidade de um grupo de produtores de grão e semente, as dificuldades enfrentadas, afirma Ribeiro, foram para descobrir instrumentos eficazes de combate e controle de pragas, doenças e ervas daninhas, e de novas variedades.

A estrutura que sustenta o trabalho de pesquisa e desenvolvimento da Fundação MT é baseada, principalmente, em três unidades-pólos distribuídas em áreas representativas das principais regiões produtoras do Cerrado.

Ao todo são mais de 70 áreas de associados para realização de pesquisas.

Todas as áreas, mais de 1000 hectares de experimentos, são voltados para a melhoria de produtividade e da rentabilidade nas culturas.

Além do melhoramento genético, importantes áreas de tecnologias como manejo de solos e adubação foram incorporados às atividades de pesquisas.

Paralisação causaria uma grande perda

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Homero Pereira, afirma que a paralisação da Fundação de Apóio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT) seria um grande prejuízo para o Estado.

“São circunstâncias da atividade agrícola que estão levando o produtor a reduzir investimentos em pesquisa”, pondera Pereira.

O presidente da Famato afirma que a Fundação terá de encontrar novas fontes independentes da classe produtiva para continuar funcionando.

Mas, o presidente da Fundação MT, Hugo Ribeiro, afirma que ainda não existe um “plano B”. “Teremos que pensar em novos investidores, porém, ainda não temos nenhum plano B”, disse.

A Fundação MT é a uma empresa privada de cunho tecnológico que conta com cerca de 200 funcionários e um quadro associativo que envolve, praticamente, todas as empresas de máquinas e equipamentos, agroquímicos, fertilizantes e sementes atuante no Estado.

Os produtores de grãos também estão ligados à instituição por meio das tecnologias e sementes geradas pela Fundação MT.

A instituição é associada ainda às prefeituras das principais regiões produtoras, que pode ampliar a rede de pesquisa e desenvolvimento.

Além da soja, a Fundação MT também viabilizou a cultura do algodão e oferece hoje um pacote tecnológico de informações que envolve todo o processo produtivo da aquisição de sementes e insumos até a comercialização de safra.




Fonte: Folha do Estado

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