Homem que denunciou desmanche é morto

O serralheiro Pedro de Magalhães, de 49 anos, foi executado com vários tiros na frente da própria família, na localidade de Souza Lima, em Várzea Grande. Um homem encapuzado entrou na sala da casa, atirou várias vezes no serralheiro e, em seguida, fugiu a pé. O assassinato ocorreu por volta das 19 horas de anteontem. As primeiras investigações indicam a ocorrência de uma “queima de arquivo”. Antes de fugir, o criminoso ainda gritou: “alcagüete tem que morrer”.

Familiares relataram à polícia que o serralheiro segurava no colo a neta de 27 dias. Ele ainda tentou correr e se esconder atrás da geladeira, mas caiu morto na cozinha. O pistoleiro chegou atirando com duas armas. Os familiares disseram que foram tantos tiros que, caso o serralheiro não tivesse deixado a neta no sofá, a menina teria sido executada junto.

Para policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o criminoso estava se referindo à sua denúncia feita no final de março, que levou à localização de uma oficina de desmache de motocicleta.

Na ocasião, policiais da Delegacia Municipal de Várzea Grande apreenderam uma motocicleta Honda Titan que estava sendo desmontada. Próximo da casa, policiais prenderam um rapaz acusado de participar do desmanche.

Na casa, a motocicleta estava somente com a carcaça – tanque, pneus suspensão e outras peças estavam espalhados pelos cômodos. Os policiais apreenderam todas as peças e levaram-nas para a delegacia. O esquema funcionaria há algum tempo.

Segundo um policial da DHPP, esse seria um dos motivos para alguém chegar gritando e falando que a vítima era “dedo-duro”. “A hipótese da queima de arquivo é a principal, embora não tenhamos certeza de que foi a vítima quem denunciou a oficina de desmanche”, explicou um policial plantonista.

No entendimento do policial, o fato do criminoso estar encapuzado significa que ele seja conhecido da vítima e principalmente da família dele. Conforme o relato de familiares, o pistoleiro é um homem baixo, moreno claro e magro.

“Se for mesmo uma pessoa conhecida das vítimas, será fácil descobrir. Não é o capuz que vai impedir as testemunhas de identificá-lo”, explicou o policial. O delegado Roberto Amorim deverá ouvir os familiares do serralheiro na próxima semana para confirmar mais detalhes sobre o pistoleiro.