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Polícia Brasil
Quarta - 12 de Abril de 2006 às 08:00
Por: Adilson Rosa

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O ex-cabo PM Hércules Araújo Agostinho será julgado no próximo mês ou início de junho pela chacina que vitimou três jovens em maio de 2001, no bairro São Mateus, em Várzea Grande. O julgamento, que será presidido pela juíza Maria Erothides Kneipp de Macedo, ocorrerá pelo Tribunal do Júri da 1a Vara Criminal de Várzea Grande e consta na pauta que começa no dia 22 de maio.

Além de Hércules, que será julgado como executor, foram pronunciados (denunciados oficialmente) mais dois envolvidos – o ex-PM Célio Alves de Souza (executor) e o cobrador de dívidas João Leite (intermediário). Este último deverá apelar da decisão e Célio está foragido desde o ano passado. Os três foram denunciados como participantes do crime. O advogado de Hércules não recorreu da decisão, o que faz do ex-cabo o primeiro dos três ser julgado.

O bicheiro João Arcanjo Ribeiro foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) como mandante da chacina, mas seu processo está desmembrado. No mês passado, Arcanjo foi ouvido na audiência de interrogatório e negou o envolvimento.

Os quatro são acusados de participação na chacina contra Leandro Gomes dos Santos, Celso Borges e Mauro Celso Ventura de Moraes, ocorrida no dia 15 de maio de 2001. Executados a tiros, eles foram enterrados numa cova rasa na região do bairro São Mateus. Na época choveu e parte da terra foi com a enxurrada, expondo partes dos cadáveres.

De acordo com a denúncia, o motivo dos crimes foi uma espécie de vingança, já que os adolescentes teriam furtado cerca de R$ 500 de uma das bancas de jogo do bicho de propriedade de João Arcanjo Ribeiro. Dois rapazes teriam participado do suposto assalto e o terceiro foi levado junto porque estava no lugar errado e na hora errada.

Conforme o MP, Arcanjo não poderia aceitar que suas bancas de jogo fossem alvo de assaltos, pois isso certamente prejudicaria o bom andamento de seus "negócios". A morte dos rapazes seria para dar exemplo, segundo a denúncia.

Os jovens foram abordados em frente do residencial São Carlos, em Cuiabá, executados nas imediações do bairro São Mateus e enterrados numa cova rasa. Eles teriam sido levados para o local por Célio, Hércules e João Leite, de acordo com a denúncia.

"Vale ressaltar que em momento algum as vítimas tiveram qualquer chance de se defender, pois foram presas por pessoas armadas, em seguida algemadas e levadas até local ermo e sem qualquer possibilidade de pedirem socorro", acrescentou o MP na denúncia.

Ainda de acordo com o MP, os três responsáveis pela execução receberiam como recompensa uma quantia de R$ 15 mil. O valor combinado acabou não sendo pago integralmente, já que uma das vítimas teria morrido por engano.

Os cadáveres foram localizados cerca de 15 dias após o desaparecimento. Na época, os familiares dos jovens temeram fazer a identificação e eles foram enterrados com indigentes.

Até agora, Hércules foi julgado por seis assassinatos e sua pena chega a 82 anos de cadeia. Pela morte do empresário Sávio Brandão, foi sentenciado a 18 anos. Em março de 2004, o ex-cabo foi condenado a 43 anos e 7 meses pelos assassinatos do sargento José Jesus de Freitas e dos seguranças Fernandes Leite das Neves, Nailton Benedito de Souza.





Fonte: Diário de Cuiabá

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