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Internacional
Terça - 11 de Abril de 2006 às 17:25

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A explosão de uma bomba durante uma celebração religiosa pública por ocasião da qual muçulmanos sunitas comemoravam o aniversário do nascimento do profeta Maomé deixou cerca de 50 mortos hoje na cidade paquistanesa de Karachi, no sul do país.

Este é um dos piores atentados das últimas décadas no Paquistão.

Milhares de pessoas participavam de uma reunião no parque Nishtar de Karachi, organizada pelo movimento Suni Tehrik, quando aconteceu uma forte explosão debaixo do palanque no qual estavam os dirigentes do evento.

O episódio deixou pelo menos 48 mortos e mais de 50 feridos, dos quais pelo menos 15 estão em estado crítico, informou o ministro do Interior do Paquistão, Aftab Ahmad Sherpao.

Sherpao confirmou que a explosão, que foi ouvida em toda a cidade, aconteceu após a detonação de uma bomba e que está se investigando se ela foi fruto de um atentado suicida.

Por enquanto, o número oficial de vítimas chega a 48, apesar de algumas fontes não oficiais já falarem de 55 pessoas, além de existir o temor de que possa haver mais vítimas fatais em decorrência da gravidade dos ferimentos de alguns indivíduos.

A explosão da bomba espalhou o pânico quando milhares de pessoas que compareceram à celebração religiosa tentaram escapar do local.

As imagens transmitidas pela televisão paquistanesa mostraram vários corpos sendo retirados pelas equipes de resgate e levados, junto com os feridos, para os hospitais da região.

Entre as vítimas fatais da explosão está Haji Hanif Bilu, líder do Suni Tehlik -organização não sectária-, informa a Polícia.

Os episódios de violência religiosa são comuns no Paquistão, particularmente entre a comunidade xiita -minoritária- e a sunita -majoritária. A localidade na qual mais acontecem eventos desta natureza é Karachi, importante cidade paquistanesa.

No entanto, não é comum que uma celebração religiosa em honra do profeta do Islã seja alvo de um ataque.

As pessoas que participavam do evento recordavam o nascimento, há 14 séculos, de Maomé, uma das comemorações mais importantes para o mundo islâmico.

Esta explosão foi uma que das mais graves no Paquistão desde o atentado de julho de 2003, que deixou 53 mortos e vários feridos, após uma bomba ser detonada em uma mesquita xiita na cidade de Quetta, próxima da fronteira com o Afeganistão.

Pelo menos 4.000 pessoas morreram nas últimas duas décadas em razão da violência religiosa no Paquistão, onde os confrontos mais comuns acontecem entre os xiitas (20% da população) e os sunitas (70%).

Em fevereiro, 22 pessoas morreram e outras 52 ficaram feridas em um atentado suicida durante uma procissão na festa xiita da Ashura.

Em maio de 2005, 17 pessoas morreram e mais de 70 ficaram feridas em um atentado contra o santuário xiita de Bari Imame Shah, em Nurpur Shah, nas proximidades de Islamabad.





Fonte: EFE

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