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Economia
Segunda - 10 de Abril de 2006 às 11:01
Por: ORLANDO MORAIS

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São Paulo, SP - O governador Blairo Maggi fez agora há pouco, durante a abertura do seminário "O Agronegócio no Brasil - Economia e Política", em São Paulo, duras críticas ao que chamou de políticas errôneas do governo federal no que diz respeito à economia do campo.

Segundo ele, os R$ 16 bilhões que o governo federal liberou recentemente para os produtores financiarem suas dívidas são um "refresco" para a atividade, que alivia um pouco a situação, mas que chegou a hora de o país "levar a sério" a questão e buscar a sustentabilidade para a atividade econômica ao longo do tempo.

"Não dá para vivermos de socorro do governo, um ano sim, outro não. E também não queremos subsídios como os que recebem produtores norte-americanos e europeus. Do que precisamos é que o governo federal e a sociedade entendam que o agronegócio é o motor da economia e por causa disso merece atenção e políticas coerentes de incentivo. Caso contrário, a atividade vai se tornar inviável e os alimentos, que hoje estão muitos baratos para o consumidor, vai começar a faltar", afirmou.

O governador deu exemplos de medidas que, sem onerar os cofres públicos, facilitaria a vida daqueles que vivem da terra. Segundo ele, hoje o óleo diesel, utilizado em máquinas agrícolas e no transporte de cargas, custa em torno de US$ 1,20, preço quatro vezes superior ao de poucos anos atrás, o que encarece sobremaneira a produção. "Se, ao invés de preservar o monopólio da Petrobras, o governo liberasse a importação de óleo diesel, isso já baratearia muito os custos", disse. "Parece que a prioridade do governo é a Petrobras. Enquanto a empresa cresce investindo no mundo inteiro, o país padece sem quaisquer investimentos, por exemplo, em infra-estrutura".

Outra medida que o governo federal poderia tomar, diz Blairo Maggi, seria a quebra do "cartel" existente no mercado brasileiro de agro-químicos e liberar a importação de insumos e defensivos, hoje vedada aos produtores.

"Quando falamos de 'agronegócio' todo mundo estranha e acha que só estamos falando de grandes produtores. Mas não é apenas isso. Estamos falando também de milhões de pequenos produtores cooperados que produzem leite, por exemplo, ou de integrados na produção de aves. Falamos de pessoas em situação muito pior do que os grandes produtores. A maioria das atividades hoje, no Brasil, são inviáveis", disse.

As perdas previstas para as atividades rurais no Brasil estão estimadas em R$ 37 bilhões este ano.





Fonte: Redação/Secom-MT

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