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Internacional
Domingo - 09 de Abril de 2006 às 19:00

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A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, visitou hoje no estado federado da Baixa Saxônia algumas áreas que ficaram alagadas em conseqüência da subida do nível do rio Elba, que mantém em alerta o norte do país. Merkel, acompanhada do primeiro-ministro do estado, o também democrata-cristão (CDU) Christian Wulff, reiterou o apoio do Governo central aos desabrigados e a necessidade de melhorar a rede de diques e de prevenção de catástrofes.

O ministro federal de Meio Ambiente, Sigmar Gabriel, defendeu em entrevista ao jornal "Der Tagesspiegel" que esses planos de melhoria da prevenção e coordenação civil em caso de inundações sejam discutidos na União Européia.

Analistas da organização ambientalista Greenpeace disseram hoje, no entanto, que a legislação, embora necessária, não impedirá que aconteçam catástrofes naturais.

A entidade ressaltou que as inundações por enchentes, a segunda sofrida pela Alemanha desde o início do século, confirmam que a mudança climática começou a interferir no clima.

"A mudança climática chegou mais cedo do que os Governos querem acreditar e é preciso tomar medidas urgentes para freá-la", declarou a especialista em clima Karsten Smid. Smid previu que, após as cheias, virá um verão (no hemisfério Norte) especialmente seco e quente que fará o volume dos rios baixar a níveis abaixo do normal.

Na cidade de Hizacker, parte do itinerário de Merkel e do primeiro-ministro saxão, Christian Wulff, o Elba chegou, na última medição, a 7,6 metros, dez centímetros acima do nível registrado nas inundações de 2002, a mais desastrosa da Alemanha.

Os analistas estimam que o nível do Elba chegará hoje a 7,7 metros.

No estado federado de Schleswig-Holstein, a situação continua tensa. O nível do rio pode subir hoje até 9,1 metros durante sua passagem por Lauenburg (37 centímetros a mais que em 2002), ameaçando transformar a parte antiga da pequena cidade em uma Veneza alemã.

As emissoras de televisão locais mostraram hoje centenas de voluntários e equipes de socorro erguendo diques com sacos de areia e reforçando muros de contenção na cidade, localizada a oeste de Hamburgo. Normalmente, o nível do rio oscila em torno de cinco metros.

Aproximadamente 150 soldados se somaram às tarefas de proteção da localidade e já colocaram cerca de 60 mil sacos de areia em pontos estratégicos da cidade.

Já nos estados federados da Saxônia e da Saxônia-Anhalt, a situação começa a melhorar. Os estados já suspenderam o estado de emergência em algumas cidades, entre elas a histórica Dresden.

No distrito de Wittenberg, na Saxônia-Anhalt, as águas recuam lentamente e todas as medidas de contenção parecem agüentar a pressão. Os soldados enviados a esse distrito já começam a retornar aos quartéis.

Para os ativistas do Greenpeace, que estão colaborando nos trabalhos de construção de barreiras e evacuação de cidadãos com várias lanchas, a classe política "precisa tirar conclusões do que está ocorrendo".

"O clima é cada vez mais instável e os efeitos da mudança climática, mais visíveis", disse Smid. Ela lembrou que os alertas de enchentes feitos pelos cientistas se tornaram uma constante, pois a temperatura média na Alemanha aumentou um grau no último século.





Fonte: EFE

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