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Internacional
Domingo - 09 de Abril de 2006 às 10:36

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Pelo menos 12 pessoas, incluindo oito supostos rebeldes, morreram em ataques e confrontos em Bagdá neste domingo, dia em que a queda do regime de Saddam Hussein completa exatos três anos.

O presidente interino do país, o curdo Jalal Talabani, pediu hoje aos partidos políticos que venceram as eleições de dezembro que acelerem a composição de um Governo para evitar "um conflito sectário" no país.

Talabani, em um discurso por ocasião do terceiro aniversário da queda do antigo regime, disse que o 9 de abril de 2003 foi "o dia em que os iraquianos foram libertados da tirania".

O presidente, que previu que o Iraque "será um país democrático, unido e livre", também condenou as ações violentas no país que, nos últimos três dias, deixaram mais de cem mortos Além disso, reiterou que "a onda de terrorismo tem como objetivo dificultar o processo político e provocar uma guerra civil no Iraque".

Ontem, novos ataques com bombas em quatro áreas de Bagdá e seus arredores mataram um civil e um policial e deixaram dez pessoas feridas, contaram fontes policiais.

Um dos atentados ocorreu no bairro de Al Mansur, no oeste da capital, onde uma bomba explodiu na passagem de uma patrulha da Polícia, matando um agente e ferindo outros dois.

Dois ataques similares em Gazaliya (oeste) e na rua Palestina (leste) deixaram seis pessoas feridas, disse à EFE o coronel da Polícia Sadun al Yaburi.

A quarta explosão aconteceu em Mahmudiya, 30 quilômetros ao sul de Bagdá, e deixou um morto e dois feridos, acrescentou.

Hoje, oito rebeldes morreram em um confronto com tropas americanas ao noroeste da capital, de acordo com um comunicado do comando militar americano. No tiroteio, uma mulher ficou ferida e dois supostos terroristas foram detidos.

No leste da Bagdá, pelo menos duas pessoas morreram e sete ficaram feridas na explosão de uma bomba em um microônibus, informaram fontes policiais.

A bomba foi colocada no interior do microônibus e explodiu quando o veículo passava pela Praça Al Mustansiriya.

Enquanto isso, continuam as consultas da Aliança Unida Iraquiana (AUI), xiita confessional e ganhadora das eleições de dezembro, sobre a possibilidade de a formação apresentar um novo candidato para o posto de primeiro-ministro no lugar de Ibrahim al-Jaafari, rejeitado pelos sunitas e os xiitas laicos.

Os grupos xiitas denunciaram hoje as declarações feitas pelo presidente egípcio, Hosni Mubarak, nas quais considerava que o Iraque está em meio a uma guerra civil e que os xiitas iraquianos e de outros países da região são fiéis ao Irã mais que a seus próprios países.

Saad Jawad Qandil, porta-voz da Assembléia Suprema da Revolução Islâmica (Asri), o maior entre os 17 grupos integrantes da AUI, considerou a declaração de Mubarak "uma ingerência nos assuntos internos do Iraque".

"Os xiitas do Iraque são fiéis ao Iraque e não a outro país", disse Qandil à EFE.

Mubarak, em uma entrevista à televisão árabe por satélite "Al Arabiya" exibida hoje, também alertou que uma retirada imediata das tropas multinacionais do Iraque seria catastrófica e causaria a expansão da violência e do terrorismo em toda a região.

O presidente egípcio disse que o ex-presidente iraquiano Saddam Hussein teria controlado a situação em seu país "se tivesse sido justo", em alusão à repressão aos xiitas - que são mais de 60% dos 26 milhões de habitantes do Iraque - durante o derrubado regime que se apoiava nos sunitas.




Fonte: EFE

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