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Sábado - 08 de Abril de 2006 às 15:26

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No limiar da era digital, a expansão da internet e da telefonia encurtou a distância entre os telespectadores e as emissoras. Antes restrita às ligações telefônicas e cartas enviadas pelo correio, hoje a interatividade é feita também por mensagens SMS, via celular, chats on line e e-mails, que dão às emissoras uma maneira interessante de angariar audiência e fidelizar o público. "O que a interatividade propõe é a possibilidade de o telespectador participar do programa, ser proativo, 'entrar' na programação. O principal objetivo é aproximar o telespectador e aprimorar o entretenimento", sintetiza Marcelo Duarte, diretor da Central Globo de Desenvolvimento Comercial.

Lançado pela Globo em 1992, o Você Decide foi o primeiro programa da televisão brasileira decidido pelo telespectador. No ar até meados de 2000, a produção exibia um episódio diferente a cada semana, baseado em dilemas éticos e morais. "O resultado muito vezes era esquisito. De repente, as pessoas escolhiam as opções que nós da direção menos esperávamos", recorda Herval Rossano, que dirigiu o programa durante os primeiros anos.

Dentre as atuais apostas interativas da Globo, destacam-se o Intercine e Big Brother Brasil. No primeiro, o público vota por telefone em um dos dois filmes pré-selecionados pela emissora. No segundo, o telespectador ajuda a decidir o rumo do programa e de seus participantes. Um dos pontos de maior audiência no BBB é o dia em que o voto do telespectador define semanalmente a eliminação de um dos participantes confinados na casa-cenário do programa.

A votação é feita na página da produção na internet, por telefone ou por mensagem de texto via celular. "Como a interatividade é um caminho de mão dupla, a Globo elabora uma proposta e convida o público para uma ação. O telespectador tem a liberdade de participar", explica Marcelo Duarte.

De olho na movimentação da concorrência, o SBT lançou na última semana dois novos programas: Rei Majestade e Ídolos. O primeiro é uma produção musical que terá a participação de cinco cantores por noite, que fizeram sucesso entre os anos 50 a 80. A platéia escolhe o melhor do dia e o telespectador, um dos restantes para uma espécie de repescagem.

A grande aposta do SBT, porém, é o programa Ídolos, versão brasileira do reality show norte-americano American Idol. Nele, 30 pessoas disputam quem é o melhor cantor. O vencedor ganhará um contrato com a gravadora Sony/BMG. Em ambos, o público decidirá por telefone ou SMS. "O voto popular faz com que os candidatos realmente tenham uma torcida por eles. Os telespectadores são os responsáveis por validar o processo de escolha do ídolo", valoriza Daniela Beyrute, diretora-geral do programa.

Quem também vai investir em interatividade é a Band. Ainda sem data para estrear, o reality show Jogo da Sedução é uma das produções que a emissora vai inaugurar. O programa será exibido durante o A Noite É Uma Criança, do apresentador Otávio Mesquita, e vai interagir diretamente com o público, que elegerá a mulher mais "sexy" via SMS, telefone ou na página da Band na internet.

O prêmio para a vencedora será um contrato de R$ 100 mil com a revista Sexy, uma das parceiras da emissora na produção. "A emissora ganha qualidade de programa e um conhecimento que o ibope não consegue medir. Isso traz dinamismo, além de oportunidades comerciais com operadoras de telefonia e patrocinadores", empolga-se Luis Olivalves, gerente de interatividade da Band.

Essas oportunidades comerciais motivadas pela interatividade não são a maior motivação da MTV Brasil. Com o objetivo declarado de "mudar o jeito de assistir televisão", a emissora musical lançou em março sua nova programação e um novo conceito de interatividade. O telespectador pode escolher desde clipes de música que serão exibidos em uma produção até as canções que tocam ao fundo durante uma apresentação. Bom exemplo é o Ya! Dog, apresentado pela novata VJ Luisa Micheletti, onde o público envia listas de músicas pelo site da emissora. "A MTV não é a única a descobrir as novidades do mundo da música. Existe a intenção de fazer essa troca com o público", pontua Zico Goes, diretor da MTV Brasil.

Voto assinado A interatividade também está em alta nas grades de tevê por assinatura. Alguns canais fechados estão se abrindo às novas tecnologias visando atrair seus respectivos públicos e criar um vínculo com eles. O Cartoon Network é um bom exemplo. Com uma programação especializada em desenhos animados, o canal criou o Votatoon, onde as crianças votam em seus desenhos prediletos no site do Cartoon Network na internet. Os mais votados são exibidos todos os sábados, às 15 h. "Até pouco tempo atrás, assistir à TV era um comportamento apenas passivo, o que não se aplica mais. Em tempo de Internet e de alta interatividade, acreditamos que um dos caminhos para estar antenados é trazer a criançada para dentro do canal", resume Felipe De Stefani, vice-presidente de marketing e novas mídias do Cartoon Network América Latina.

Com um projeto semelhante, o TNT também oferece em sua programação atrações pautadas pelo gosto de seus telespectadores. Na sessão Cinema À La Carte, o público do canal escolhe, dentre inúmeras opções, o filme a que gostaria de assistir. O longa-metragem mais votado da semana vai ao ar na semana seguinte, às 22 h das segundas-feiras. Pelo site, o espectador pode ainda acompanhar o resultado parcial da votação. "Uma das estratégia da TNT é montar uma programação de filmes vencedores e indicados ao Oscar. Dessa forma, estaremos exibindo grandes sucessos do cinema diariamente, o que estimula e fideliza o público", explica Eliane Munhoz, diretora de comunicação da Turner International do Brasil, que responde pelo canal por assinatura TNT.



Instantâneas

# Embora não seja pautado em decisões tomadas pelo público, o programa Ritmo Brasil, da Rede TV!, teve seu nome escolhido pelos telespectadores. A atração antes se chamava Almoço Com Os Artistas.

# Fora dor ar desde setembro de 2005, o Fama foi outro reality show lançado pela Globo. Nele, 14 cantores disputavam o estrelato no cenário musical. Os três piores eleitos pelo público a cada semana ¿ por telefone ou SMS ¿ ficavam nas mãos dos jurados e um era eliminado. A Globo ainda não tem previsão para a próxima edição.





Fonte: TV press

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