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Sábado - 08 de Abril de 2006 às 08:46
Por: Keka Werneck

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Viviam em Cuiabá cerca de 80 mil habitantes, em diversidade de povos, até a década de 70 quando, com a migração dos brancos do Sul e Sudeste do Brasil, a "nuvem" do preconceito acentuou, tornando-se mais visível e fomentando a discussão sobre a identidade do cuiabano. "Aí surgiu a vergonha do biotipo, vergonha do sotaque, vergonha das manifestações culturais, tudo que era belo era do colonizador, que era mais inteligente, mais isso, mais aquilo, mais tudo", lamenta a vice-prefeita Jacy Proença, cuiabana, afrodescendente, militante no movimento negro, de nome indígena cujo significado é "lua", presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, a primeira ação pública tomada para interferir no relacionamento entre os povos que coexistem na Capital e para amenizar a opressão que os mais poderosos exercem sobre os menos favorecidos.

Este conselho empossado dia 13 de janeiro deste ano com a pretensão de se reunir de 2 em 2 meses para planejar políticas públicas tem representação das diversas etnias. A intenção é uma só. Não deixar que uns se pensem melhores do que outros, mas sim diferentes e complementares. "Tudo é cultura, é o que vem da alma, queremos uma relação tranquila entre todos nós", propõe Jacy. "Estamos, enquanto cidade, em um momento de desconstrução e de reafirmação e explicitar esta diversidade que existe aqui nos faz ver o outro, é isso que dá a riqueza de nosso povo".

Crescimento - Com a migração da década de 70, Cuiabá deixou ser uma cidade pequena e ganhou porte médio para a realidade nacional e grande para a estadual.

Para o secretário municipal de governo, Ronaldo Taveira, o desemprego é o maior problema que a Capital enfrenta hoje, com seus 533.800 habitantes, de acordo com a última estimativa do IBGE. Drama típico dos grandes centros.

Quanto à malha viária tomada por buracos, ele diz que a cidade de quase 300 anos, de origem garimpeira, não foi planejada. As ruas são estreitas e não contam com sistema de drenagem eficiente. Chove e a água empoça. "A gente fecha um buraco daí a 10 dias ele abre de novo", admite Taveira. Sobre a iluminação pública, diz ter sido este o serviço mais bem sucedido deste governo. Na saúde, anuncia a reforma do Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC) e das policlínicas, obras no valor de R$ 8 milhões. A intenção com a programação de aniversário, que se deu durante toda a semana e termina amanhã, segundo ele, é presentear o munícipe, que enfrenta Cuiabá "na alegria e na tristeza".(KW)





Fonte: A Gazeta

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