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Sábado - 08 de Abril de 2006 às 08:37
Por: Adilson Rosa

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Para medir a violência em Cuiabá, a Polícia Civil dividiu a cidade em oito regiões. A Grande Morada da Serra é a que tem o maior número de ocorrências. Com 56 bairros, a região registrou somente no ano passado 1.384 casos de diversos crimes, como furtos, roubos, homicídios e tráfico de entorpecentes. As ocorrências representam 24% do total registrado na capital. A região não se restringe aos CPAs – engloba bairros como Jardim Vitória, Florianópolis, 1o de Março e Novo Paraíso, além de Doutor Fábio, Altos da Serra e Altos da Glória.

“Em números absolutos, podemos dizer que a Grande Morada da Serra é a região com mais ocorrências. Não podemos afirmar que a violência maior está lá porque não temos uma análise proporcional. É uma análise quantitativa”, observa o diretor de planejamento da Polícia Civil, delegado Marcos Veloso.

Para se ter idéia da violência na Grande Morada da Serra, dos 316 assassinatos registrados ano passado na cidade, 53 ocorreram na região, correspondendo a 24% do total de Cuiabá. Os quatro CPAs foram palco de 10 – quase 20% do total, considerando que a região tem mais de 50 bairros.

Como a Polícia Civil não separa as ocorrências da Capital por bairro, em alguns deles da Grande Morada da Serra a violência é assustadora e em outros existe uma tranqüilidade total.

A secretária Ana Maria Soares, de 34 anos, vive no CPA II, onde o número de ocorrências assusta. Moradora há quase 10 anos, e com três filhas adolescentes, ela tem uma rotina de quem vive sempre em alerta, com medo de se deparar com algum bandido em frente de casa. Não sai à noite, a casa tem grade nas janelas e no portão.

“É uma necessidade o uso de grades e cadeados. E nem por isso, estamos imunes”. A secretária revela que tem sono leve, pois teme que seja assaltada. Explica que a insegurança é geral. Ana teme que algum assaltante invada sua casa. Para ela, o conceito de invasão é maior. “É mais do que invadir uma casa. É a privacidade, é deixar toda a minha família vulnerável”.

Os vizinhos partilham da mesma opinião. O funcionário público Hendreo Almeida não só tem grade como a porta tem fechadura e um cadeado. “Quem mora num bairro assim, e fica o dia todo fora, não pode facilitar”.

A secretária lembra que é constantemente vítima de furtos assim como os vizinhos. “Quem deixa roupa no varal, tapete na frente, pode contar que os ladrões levam mesmo”, diz.

Os assaltos no bairro mudaram de horário. Vizinhos da secretária dizem que durante o dia, principalmente entre 11 e 13 horas, os ladrões agem naquelas ruas em que não há muito movimento. O alvo são pessoas que chegam para o almoço ou saem para a escola.





Fonte: Diário de Cuiabá

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