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Economia
Sábado - 08 de Abril de 2006 às 06:30

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Para o governador Blairo Maggi, o reajuste de preços do gás para índices tão elevados tirará o Estado do mercado de gás boliviano. “O Brasil e Mato Grosso não têm como ficar sem o gás. Se os bolivianos apertarem nos preços, como me foi dito quando estive lá (em março), eles terão de fechar as torneiras para o Brasil. Sair de US$ 3,26 por milhão de BTU (Unidade Térmica Britânica, na sigla em inglês) para US$ 8 ou US$ 10, como eles pensam que vale o gás, é absurdo”.

A alta poderá ser de cerca de 145,39% se o preço passar para US$ 8 por milhão de BTUs ou de 206,74% se passar a US$ 10.

Maggi disse que não há convite do governo boliviano para se tratar do assunto estadual. “A única coisa clara até agora é que eles [bolivianos] querem renegociação dos preços. O Estado vai entrar no bolo das negociações. Se for uma estatal da forma que estão ‘pintando’, não há como negociar”, sentencia.

ESTRATÉGIAS – Nesse momento não há nenhuma estratégia, ou qualquer tipo de plano “B”, segundo o governador. “Não temos gás natural próprio, mas temos outros produtos, como o álcool. O gás atualmente é utilizado além dos veículos -- e diga-se de passagem os motoristas estão super satisfeitos pela economia -- para abastecer a termelétrica, e a usina não depende das conversações do governo brasileiro, pois tem contrato de longo prazo com o fornecedor boliviano”.

Maggi explica que nesta situação “o máximo que pode acontecer é ter de desligar a termelétrica, e isso não faz falta para o Estado. Mato Grosso é exportador de energia e o governo não recebe nada pela venda da energia para outros estados, portanto, entretanto, não desejo isso, afinal existem trabalhadores e uma série de serviços que são prestados por essa empresa e que trazem benefícios para o Estado”.

O ex-presidente da MT Gás, José Carlos Pagot, conta que mensalmente a Empresa Produtora de Energia Ltda (EPE) repassa ao Estado cerca de R$ 450 mil a R$ 500 mil pelo uso do gás.

Desde a implantação da MT Gás, a estatal responsável pela distribuição do gás natural em Mato Grosso, em julho de 2003 e regulamentada em outubro do mesmo ano, a EPE vem pagando pela utilização.

EPE – A termelétrica de Cuiabá é até agora o maior investimento feito pelo setor privado no Estado, US$ 570 milhões.

A usina contribuiu para eliminar a escassez de energia que havia em Mato Grosso na primeira metade da década de 1990.

Atualmente o Projeto Integrado Cuiabá, formado pela EPE, GasOcidente e GasOriente, emprega 80 funcionários, entre eles, 16 na Bolívia. (MP)





Fonte: Diário de Cuiabá

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