Reajuste médio da Cemat fica 1,2% negativo em 2006

A Centrais Elétricas Mato-grossenses (Cemat) confirmou ontem o reajuste negativo da tarifa de energia elétrica para os consumidores inseridos na categoria de baixa tensão, que terão o quilowatt/hora 5,64% mais barato. É a primeira vez, desde a privatização da concessionária, em 1997, que o reajuste é negativo.

De acordo com a Cemat, os clientes terão em média uma redução de 1,2% em suas contas de energia. Isso é o que determina a Resolução 312 homologada, ontem, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Esta redução vai atingir 99,5% dos clientes da concessionária.

Os consumidores atendidos por Alta Tensão (Grupo A), essencialmente clientes industriais, terão aumento tarifário de 4,45%. “A diferença nos reajustes aplicados aos consumidores do Grupo A e Grupo B é explicada pelo processo de realinhamento tarifário iniciado em 2003 com encerramento previsto para abril de 2007”, explica o diretor Financeiro da Cemat, Henrique Jueis Almeida.

O processo de realinhamento dos reajustes anuais tem como objetivo pôr fim ao subsídio que encarece a tarifa cobrada dos consumidores residenciais, que pagam tarifas proporcionalmente maiores do que os consumidores industriais. A distorção tarifária funciona como subsídio cruzado, pelo qual o consumidor residencial paga mais caro, para que a indústria tenha preços menores. “O processo é gradativo e será completado em 2007”, ressalta o diretor. Até lá, as tarifas cobradas da indústria terão reajuste maior que as cobradas das residências.

Segundo Henrique o cálculo do reajuste tarifário de 2006 para os clientes da Cemat foi influenciado, entre outros fatores, pelo processo de desverticalização das usinas hidrelétricas da Cemat, ocorrido em novembro de 2005, pelas mudanças na metodologia de cálculo dos custos de compra de energia e no critério de cobrança do PIS/COFINS na tarifa de venda de energia por Furnas, e pelo pequeno impacto da inflação medida pelo IGPM, que corrige a parcela B (custos operacionais) da Empresa.

De acordo com a Aneel, o mecanismo de Reajuste Tarifário Anual tem como objetivo restabelecer o poder de compra da receita obtida por meio das tarifas praticadas pela Concessionária.