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Show dos Stones será transmitido para 1 bilhão de chineses
Depois de tocarem para 1 milhão de pessoas na praia de Copacabana, os Rolling Stones serão o primeiro grupo de rock estrangeiro a dar um show transmitido ao vivo pela televisão estatal chinesa, cuja audiência potencial é de mais de 1 bilhão de espectadores.
A apresentação deste sábado, no Grande Palco de Xangai, com capacidade para 8 mil pessoas, a primeira da banda no país mais povoado do mundo, será transmitida pela Televisão Central da China (CCTV).
O preço dos ingressos equivale a um quinto do salário médio chinês (de US$ 37 a US$ 370). "Quem achar que é caro pode ver pela televisão", limitou-se a dizer sobre o assunto o vocalista Mick Jagger.
O rock foi proibido na China durante décadas, acusado de ser um sintoma da decadência capitalista, burguês e "contra-revolucionário". Por isso, ainda é um gênero desconhecido pela maioria da população. No sábado, a comunidade estrangeira que vive em Xangai deve representar uma boa parte do público.
"Não podemos escolher quem vai aos shows", comentaram os Stones, lembrando que, mesmo assim, graças à televisão a maioria dos espectadores será chinesa.
Os Stones estão "excitados", segundo Jagger, por finalmente poderem tocar no país. Em 2003, eles tiveram que cancelar sua apresentação por causa da epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Severa (Sars), mesmo tendo dito que "nada nem ninguém" impediria a sua viagem à China.
A gripe aviária parece menos perigosa que o Sars para os Stones.
Eles cumprimentaram os jornalistas dizendo: "Estamos muito bem, continuamos juntos e vivos".
O guitarrista Keith Richards se disse cheio de expectativas, "como se fosse Marco Pólo". Os outros dois integrantes do grupo, o baterista Charlie Watts e o guitarrista Ron Wood, não abriram a boca durante toda a coletiva.
Os Stones prometem "surpresas". Eles compararam o show com os que deram na Rússia, nos anos 90, logo após a queda do comunismo.
Jagger disse que seria idiotice achar que na China não haveria censura. Em 2003, lembrou, "o ministro de Cultura, de maneira muito educada, nos perguntou se poderíamos deixar algumas músicas de fora". O veto era para as letras com conteúdo sexual explícito, como "Brown Sugar", "Honky Tonk Women", "Beast Of Burden" e "Let''s Spend The Night Together".
"Fico feliz por ver que o ministro se preocupa com a moral do povo chinês", ironizou.
Neste sábado, a lista de proibições ganhou mais uma música, que os Stones não revelaram. Mas disseram que isso não importa muito, porque têm mais de 400 para tocar.
"E depois, sempre podemos tocar uma versão instrumental", comentou Keith Richards, sugerindo um convite para que o público cante as letras censuradas.
Só na última hora foirevelada a atração no show de abertura. O "pai do rock chinês", Cui Jian, que em 2003 se disse "decepcionado" com o cancelamento da apresentação dos Stones. Em 2004, ele tocou com o Deep Purple, primeiro grupo de rock estrangeiro a se apresentar na China.
O nome de Cui não é anunciado em nenhum lugar. Hoje, só foi pronunciado em mandarim. O tradutor da entrevista coletiva se limitou a informar que a abertura estaria a cargo do "maior cantor de rock chinês".
O rock só entrou no país na década de 80, quando os Rolling Stones já não estavam mais no auge da fama. Na época, Cui começou a misturar os ritmos ocidentais com canções carregadas de crítica social. Ele costuma falar da perda de ideais e da sede de riquezas.
Durante as revoltas na Praça da Paz Celestial (1989), os estudantes cantavam suas canções, hoje clássicas, como "Yi Wu Suo You" ("Não tenho nada", em mandarim). A associação com a rebelião baniu o cantor dos palcos de Pequim até o ano passado.
Os grupos de rock chineses eram reprimidos pela Polícia até poucos anos atrás. Agora, a histórica transmissão pela televisão do show dos Stones será utilizada pela China como um novo símbolo de sua abertura.
A apresentação deste sábado, no Grande Palco de Xangai, com capacidade para 8 mil pessoas, a primeira da banda no país mais povoado do mundo, será transmitida pela Televisão Central da China (CCTV).
O preço dos ingressos equivale a um quinto do salário médio chinês (de US$ 37 a US$ 370). "Quem achar que é caro pode ver pela televisão", limitou-se a dizer sobre o assunto o vocalista Mick Jagger.
O rock foi proibido na China durante décadas, acusado de ser um sintoma da decadência capitalista, burguês e "contra-revolucionário". Por isso, ainda é um gênero desconhecido pela maioria da população. No sábado, a comunidade estrangeira que vive em Xangai deve representar uma boa parte do público.
"Não podemos escolher quem vai aos shows", comentaram os Stones, lembrando que, mesmo assim, graças à televisão a maioria dos espectadores será chinesa.
Os Stones estão "excitados", segundo Jagger, por finalmente poderem tocar no país. Em 2003, eles tiveram que cancelar sua apresentação por causa da epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Severa (Sars), mesmo tendo dito que "nada nem ninguém" impediria a sua viagem à China.
A gripe aviária parece menos perigosa que o Sars para os Stones.
Eles cumprimentaram os jornalistas dizendo: "Estamos muito bem, continuamos juntos e vivos".
O guitarrista Keith Richards se disse cheio de expectativas, "como se fosse Marco Pólo". Os outros dois integrantes do grupo, o baterista Charlie Watts e o guitarrista Ron Wood, não abriram a boca durante toda a coletiva.
Os Stones prometem "surpresas". Eles compararam o show com os que deram na Rússia, nos anos 90, logo após a queda do comunismo.
Jagger disse que seria idiotice achar que na China não haveria censura. Em 2003, lembrou, "o ministro de Cultura, de maneira muito educada, nos perguntou se poderíamos deixar algumas músicas de fora". O veto era para as letras com conteúdo sexual explícito, como "Brown Sugar", "Honky Tonk Women", "Beast Of Burden" e "Let''s Spend The Night Together".
"Fico feliz por ver que o ministro se preocupa com a moral do povo chinês", ironizou.
Neste sábado, a lista de proibições ganhou mais uma música, que os Stones não revelaram. Mas disseram que isso não importa muito, porque têm mais de 400 para tocar.
"E depois, sempre podemos tocar uma versão instrumental", comentou Keith Richards, sugerindo um convite para que o público cante as letras censuradas.
Só na última hora foirevelada a atração no show de abertura. O "pai do rock chinês", Cui Jian, que em 2003 se disse "decepcionado" com o cancelamento da apresentação dos Stones. Em 2004, ele tocou com o Deep Purple, primeiro grupo de rock estrangeiro a se apresentar na China.
O nome de Cui não é anunciado em nenhum lugar. Hoje, só foi pronunciado em mandarim. O tradutor da entrevista coletiva se limitou a informar que a abertura estaria a cargo do "maior cantor de rock chinês".
O rock só entrou no país na década de 80, quando os Rolling Stones já não estavam mais no auge da fama. Na época, Cui começou a misturar os ritmos ocidentais com canções carregadas de crítica social. Ele costuma falar da perda de ideais e da sede de riquezas.
Durante as revoltas na Praça da Paz Celestial (1989), os estudantes cantavam suas canções, hoje clássicas, como "Yi Wu Suo You" ("Não tenho nada", em mandarim). A associação com a rebelião baniu o cantor dos palcos de Pequim até o ano passado.
Os grupos de rock chineses eram reprimidos pela Polícia até poucos anos atrás. Agora, a histórica transmissão pela televisão do show dos Stones será utilizada pela China como um novo símbolo de sua abertura.
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/307277/visualizar/
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