É grave a escassez de água no mundo

A falta d´água A escassez da oferta de água potável se deve entre outras razões, ao fato de sua disponibilidade ser inversamente proporcional ao crescimento populacional e ao uso ineficiente desse recurso. Esse quadro é agravado em virtude da desigualdade social e da falta de usos sustentáveis dos recursos naturais. Em algumas regiões, como no continente africano – onde a média de consumo de água por pessoa é de 19 metros cúbicos por dia, ou dez a 15 litros por pessoa – a falta d´água já atinge índices críticos de disponibilidade.

A água no Brasil Analisando apenas os números, nosso país tem 11 por cento do volume mundial de água doce e extensas reservas de água, além de uma das maiores redes hidrográficas do planeta.

Segurança Nacional Nosso companheiro de clube, EGD Mauro Viegas, grande batalhador pela saúde do meio ambiente e presidente do Conselho Empresarial de Recursos Hídricos do Sistema Firjan – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, tem alertado para a possibilidade cada vez mais próxima de a falta d´água provocar guerras. As nossas imensas reservas, as maiores do planeta, podem ser cobiçadas pelos povos onde a água começa a escassear. A Amazônia seria o alvo. É o desespero de quem precisa da água para sobreviver.

Cultura do desperdício Entre os rotarianos que sempre se preocupam com o problema da água, destacamos o saudoso companheiro Guido Arzua, diretor 1983-85 do RI. Em artigo publicado na edição de junho de 1998 da BR, Guido denunciava, depois de realizar uma viagem ao Rio de Janeiro: “Assisti, em todos os dias em que estive no Rio, a um espetáculo de exemplar desfaçatez pelo desperdício odioso de água tratada e custada: com mangueiras, procediam à lavagem de calçadas e edifícios com jorros generosos”.

Lamentavelmente, oito anos depois, os cariocas continuam lavando com mangueiras as suas calçadas e os seus automóveis e, como na maioria dos brasileiros, escovando dentes e fazendo a barba com a torneira aberta, sem a preocupação com vazamentos e com o pinga-pinga das bicas e das válvulas das privadas. É a cultura do desperdício.

Acesso e distribuição da água Segundo o Unicef – Fundo das Nações Unidas para a Infância, menos da metade da população mundial tem acesso à água potável. A irrigação corresponde a 73 por cento do consumo de água, 21 por cento vão para a indústria e apenas seis por cento destinam-se ao consumo doméstico.

Um bilhão e 200 milhões de pessoas – 35 por cento da população mundial – não têm acesso à água, e 1,8 bilhão de pessoas – 43 por cento da população mundial – não contam com serviços de saneamento básico. Diante desses dados, temos a triste constatação de que 10 milhões de pessoas morrem anualmente em decorrência de doenças intestinais transmitidas pela água.

Portanto, vivemos num mundo em que a água se torna um desafio cada vez maior. A cada ano, mais de 80 milhões de pessoas clamam por seu direito aos recursos hídricos. Infelizmente, quase todos os 3 bilhões – ou mais – de habitantes que devem ser adicionados à população mundial no próximo meio século nascerão em países que já sofrem com a escassez de água. c