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Cidades/Geral
Sexta - 07 de Abril de 2006 às 07:42
Por: Alecy Alves

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Investigadores e escrivães da Polícia Civil estão se mobilizando contra os presidentes de seus sindicatos e já falam até em destituí-los do cargo por causa de uma cláusula do acordo que pôs fim à greve das duas categorias em março.

Assinado pelos secretários de Administração, Geraldo de Vitto, de Justiça e Segurança, Célio Wilson de Oliveira, e presidentes dos sindicatos de Investigadores e Escrivães, Clédison Rodrigues e Genima Evangelista, o acordo proíbe os policiais de fazerem greve, protestos ou mobilizações similares até o final do governo Blairo Maggi.

“Comprometem-se essas entidades a não promover quaisquer manifestação de caráter assimilado, com paralisação de atividades, até o final deste ano legislativo”, diz a terceira cláusula do documento.

Logo abaixo, em parágrafo único, vem o alerta: “o descumprimento desta cláusula caracterizará de pleno direito, independentemente de qualquer interpelação ou aviso, o abuso de direito”.

Temerosos com as conseqüências do acordo, os policiais não querem se pronunciar oficialmente à imprensa. Entretanto, manifestam revolta pelo desconhecimento da cláusula. “É um absurdo aceitar uma coisa dessa. Mais grave ainda foi omitir essa informação”, desabafou um investigador.

Somente na terça-feira desta semana, as duas categorias tiveram acesso ao acordo, mas o documento, garantem os policiais, não saiu de nenhum dos sindicatos. Nem mesmo os membros do comando de greve tinham conhecimento dessa condição.

“Estamos com os pés e as mãos atadas e a boca amordaçada”, resumiu outro policial. Ficamos proibidos de manifestar a tristeza e revolta que sentiram pelo assassinato do policial Silvio Antônio Pinto Costa, ocorrido semana passada”, reclamou ele.

Ontem os escrivães protocolaram um abaixo-assinado no qual pedem a presidente do sindicato, Genima Evangelista, que convoque uma assembléia geral para discutir essa e outras questões.

Genima confirmou o recebimento do documento e disse que possivelmente ainda hoje anunciará a data da assembléia. Sobre a proibição de greve, Genima disse que a cláusula era uma imposição e naquele momento não tinha outra saída. Conforme ela, havia pressão de ambos os lados.





Fonte: Diário de Cuiabá

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