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Sexta - 07 de Abril de 2006 às 07:23
Por: Natacha Wogel

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A defesa de João Arcanjo Ribeiro quer promover uma acareação entre o bicheiro e o ex-cabo da Polícia Militar, Hércules de Araújo Agostinho, na tentativa de desqualificar os depoimentos do ex-policial que acusa Arcanjo de ser o mandante da maioria dos assassinatos executados por ele. Para isso, o advogado Zaid Arbid informou ter arrolado o pistoleiro como testemunha de defesa nos oito homicídios em que Arcanjo figura como mandante e disse aguardar o momento em que os dois estarão frente a frente.

“Ele foi arrolado como testemunha em todos os casos. Ele tem que ficar cara a cara com Arcanjo para vermos se seu depoimento será o mesmo”, comentou Arbid ontem, depois de ter acompanhado, no presídio de Pascoal Ramos, o depoimento de Arcanjo ao juiz da 13ª Vara Criminal, Adilson Polegato de Freitas, que apura o homicídio do empresário Mauro Manhoso, morte em que o bicheiro também é apontado como mandante. O advogado aproveitou também para colocar em xeque a forma como os depoimentos de Hércules foram prestados, sem a presença dele e de seu cliente.

“A única coisa que mais uma vez fundamenta a acusação é a delação do Hércules, o que é uma fala que nada vale, pois foi feita para o Ministério Público, na intimidade do Ministério Público, não teve a participação do Arcanjo ou de seu advogado. Eles ficam valorizando isso aí como se fosse prova máxima e vão colocando o Arcanjo em tudo. Acham um crime que ainda não foi desvendado, coloca-se o Arcanjo e envolvem essas pessoas”, reforçou.

Quanto ao depoimento, Arcanjo mais uma vez voltou a negar que seja o mandante do assassinato de Manhoso, morto em outubro de 2000. Ao juiz, o bicheiro informou que conhecia a vítima, com quem manteve inclusive relação profissional, e sabia que sua atividade era o jogo de bingos beneficentes, e não a loteria do tipo ‘raspadinha’. Arcanjo novamente afirmou que não conhece os ex-policiais Hércules Agostinho e Célio Alves, acusados de executores do homicídio.

A estratégia de defesa para o caso, a exemplo dos demais em que é acusado de mandante com processos já submetidos a algum ato na Justiça, foi apontar falhas nas apurações policiais a respeito de indícios que aparecem nos autos sobre o possível mandante. Desta vez, Arbid levanta um seqüestro da vítima por três dias, tendo seu carro sido levado para o município de Rosário Oeste, e o nome de um suposto envolvido no caso, Saulo, que aparece nas investigações como a pessoa que teria emprestado, no dia do crime, a moto utilizada para a execução, a quem a polícia não procurou ouvir.

“Repetiu mais uma vez a culpa encomendada. Exatamente como nos outros dois processos, aqui existem indícios que não foram apurados. O fato interessante é que a moto utilizada na execução foi emprestada junto a uma pessoa, informação que teria chegado a um policial, que iniciou a investigação, mas não teve prosseguimento. E mais: a vítima havia sido seqüestrada por três dias”, argumentou Arbid.





Fonte: Diário de Cuiabá

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