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Polícia Brasil
Sexta - 07 de Abril de 2006 às 06:29
Por: Patrícia Neves

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O estudante M.A.P., 16, matou a mãe, Maria Tomazzita da Gama, 48, a facadas, e depois jogou o corpo dentro do poço da casa deles, no Pedra 90. O cadáver de Maria foi encontrado por volta das 10h de ontem. M. foi detido cerca de 6 horas depois, após sair de casa para passear na praça do bairro.

Maria quase foi degolada e depois teve o corpo arrastado e jogado no poço. O adolescente declarou que estava bêbado na noite do crime e não se lembrava do que havia acontecido. Segundo parentes, ele é usuário de drogas há mais de um ano. Maria foi assassinada por volta das 23h de quarta-feira, possivelmente após repreender o filho por chegar em casa alcoolizado.

Maria não trabalhava fora. Ela sobrevivia do dinheiro recebido com a pensão do marido, falecido há dez anos vítima de câncer. "Ele vinha dando problemas. Não sei porque começou a beber, a se drogar, a arranjar confusão. Que tragédia meu Deus. Todos os dias eu vinha aqui, só hoje não deu tempo". O lamento foi feito pelo irmão de Maria, Manoel Benedito Gama, 48, que esteve no local ontem cedo.

O delegado Vaít Eugênio de Oliveira, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), foi até a casa da vítima, onde havia sinais de violência. Os vizinhos contaram à polícia que eram constantes as discussões entre mãe e filho. Somente os dois moravam na casa há cerca de 14 anos.

Depois de assassinar a mãe, M. saiu de casa e foi à procura de um colega. A intenção, conforme explicou o delegado, era ter ajuda para ocultar o corpo da mãe. O colega procurado se negou a ajudá-lo e contou aos familiares o que havia se passado. A Polícia Civil vai investigar se ele teve ajuda de outra pessoa para levar o corpo até o poço. Na manhã de ontem, era de revolta o clima na rua do assassinato. Maria era uma pessoa que não tinha por hábito discutir com a vizinhança e sempre sofria com as agressões do filho. "Ele mentia que ia na escola, mas não ia nada. Uma vez ela achou droga no bolso dele, mas ele contou que tinha tomado de um garoto para não deixar ele usar", disse Manoel Gama.

O adolescente foi detido horas antes da descoberta do corpo, após uma vizinha ter dito aos policiais da Companhia de Policiamento do Pedra 90, que desconfiava que algo estivesse errado, já que a mulher estava desaparecida. O garoto, que já era conhecido dos policiais, confessou o crime e disse onde o corpo estava. Ele foi levado para a Central Metropolitana e, posteriormente, para Delegacia Especializada em Adolescentes (DEA).

Esse é o segundo caso em menos de quatro meses em que um filho mata a mãe. No dia 20 de dezembro de 2005, Wemerton Aguero Pinto, 20, matou a mãe Hermínia Aguero Pinto, 47, com cerca de 30 golpes de facão, no bairro Jardim Icaraí. A cena foi presenciada pela neta de Hermínia, de três anos. Wemerton inicialmente alegou não se lembrar de nada e depois confessou que não se arrependia de tê-la matado. Disse que tinha ódio por traumas sofridos quando criança.





Fonte: A Gazeta

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