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Tecnologia
Quinta - 06 de Abril de 2006 às 18:15
Por: Marie-Louise Moller

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O setor europeu de telecomunicações pode argumentar que o plano da União Européia para reduzir as tarifas de roaming, que as pessoas pagam para receber chamadas em seus celulares no exterior, constitui regulamentação desnecessária. Mas o apoio popular à medida praticamente garante que as empresas serão derrotadas nessa disputa.

A UE deve ignorar as objeções do setor e adotar as propostas, o que fez com que analistas reduzissem as estimativas de lucros no longo prazo para companhias como Vodafone, Telefónica e outras grandes operadoras européias de telefonia móvel.

O Lehman Brothers diminuiu sua projeção média de lucros para as operadoras européias celulares em três por cento para 2007 e em cinco por cento, para 2008.

Muitos investidores já reagiram, o que fez com que os preços das ações de telecomunicações caíssem. Alguns analistas consideram que as avaliações atuais das ações talvez ainda não reflitam por inteiro o impacto negativo que as propostas da Comissão Européia exercerão sobre a receita e o lucro.

A decisão da UE de adotar regras que reduzem a menos de metade as tarifas por roaming é a mais recente má notícia para o setor, que já está sofrendo devido às preocupações dos investidores quanto à desaceleração do crescimento e redução de margens de lucro.

A Comissão Européia, órgão executivo da UE, diz que as tarifas por roaming variam amplamente entre os 25 países membros do bloco, de 0,20 euro a 13 euros por um telefonema de quatro minutos, e que as margens de lucro das operadoras ficam entre os 90 e os 100 por cento. Segundo a Comissão, as regras podem reduzir de 40 a 60 por cento o custo ao consumidor dos telefonemas feitos no exterior dentro do bloco europeu.

O setor está se queixando da idéia, para surpresa de ninguém. As operadoras dizem que as tarifas de roaming já estavam em queda, e que medidas das autoridades para regulamentar preços, além de serem erradas em princípio, podem prejudicar uma série complexa de fatores envolvidos no cálculo das tarifas.

"Não acredito em necessidade de regulação... O conceito está errado", disse o presidente-executivo da T-Mobile, unidade da Deutsche Telekom, Rene Obermann.

Mas o problema é que fora da indústria há pouco apoio para as operadoras.

"O apoio político torna a redução do valor do roaming inevitável", disse o Credit Suisse em relatório na semana passada.

Os grupos de telecomunicações europeus, muitos antigos monopólios acostumados a conseguir forte suporte político, devem ter pouco suporte desta vez.

Apenas o regulador da telefonia na Espanha manifestou até agora ser contra os planos de corte nas tarifas de roaming, que a Comissão estima que geram receita de 10 bilhões de euros (12 bilhões de dólares) às operadoras.





Fonte: RMT Online

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