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Nacional
Quinta - 06 de Abril de 2006 às 13:39

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O advogado e lobista do Congresso Roberto Bertholdo foi condenado a cinco anos e três meses de prisão, em regime semi-aberto, por interceptação clandestina no telefone do juiz da 2ª Vara Federal Criminal de Curitiba, especializada em lavagem de dinheiro, Sérgio Fernando Moro.

A condenação foi aplicada pelo juiz substituto da vara, que julgou o caso, Gueverson Rogério Farias. Ele também condenou o réu a pagar uma multa de R$ 576 mil.

Bertholdo foi advogado e assessor parlamentar do ex-deputado federal José Borba (PMDB-PR) e do deputado federal José Janene (PP-PR) --ambos investigados por suposta participação no esquema do mensalão. O advogado está preso há cinco meses em uma cela da Polícia Civil, em Curitiba.

No depoimento à Justiça Federal e em entrevistas a jornalistas, Bertholdo acusou Janene e o doleiro Alberto Youssef de serem os mandantes do grampo. Ele disse que teria recebido informações privilegiadas sobre ações de Moro em um telefonema de Janene.

O juiz deu a sentença na sexta-feira passada, mas só ontem a decisão foi divulgada pelo Ministério Público Federal. O benefício do regime semi-aberto para o caso não garantiu a Bertholdo liberdade parcial no dia. A reclusão em regime fechado foi mantida em razão de duas outras preventivas em cumprimento, relacionadas a suspeitas de lavagem de dinheiro e tráfico de influência.

O crime de ''interceptação de comunicações telefônicas sem autorização judicial'' (artigo 10 da lei 9292/96) prevê pena de dois a quatro anos de prisão. A condenação superou esse tempo porque o juiz entendeu que houve crime continuado. Bertholdo teria grampeado 41 conversas de Moro. Ontem os procuradores da República disseram que vão recorrer da sentença por acharem o tempo de condenação muito curto.

A defesa de Bertholdo informou que vai recorrer da sentença ao TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região. ''Não há nenhuma evidência de que foi Bertholdo quem grampeou o juiz Moro. Ele foi acusado por duas pessoas também processadas beneficiadas por acordo de delação premiada'', disse o advogado cível Luiz Fernando Pereira. Ele se referia ao ex-deputado estadual Toni Garcia (PP), que era cliente de Bertholdo, e a Sérgio Rodrigues, que confessou ter sido o araponga do juiz.

''A sede dos procuradores federais por condenar impediu que eles aguardassem o cumprimento de uma carta precatória para ouvir o deputado Janene, antes de mandar o processo para juiz decidir'', disse Pereira.

O deputado e o advogado de Youssef dizem que Bertholdo mente.





Fonte: 24HorasNews

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