Secretário quer Arcanjo no RDD

O secretário de Justiça e Segurança Pública, Célio Wilson de Oliveira, quer a inclusão de João Arcanjo Ribeiro, 55, no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Ele já determinou que o pedido seja feito pela superintendência do sistema prisional. Tanto à Justiça Federal quanto a Estadual pode determinar a inserção no regime, que é usado nos casos envolvendo integrantes de organizações criminosas.

Ao preso inserido no RDD é vetado uma série de benefícios. Ele só terá visitas com agendamento prévio e autorização da direção, além de poder ficar apenas duas horas por dia no banho de sol. O número de visitantes é limitado a dois. Um preso pode permanecer por até 360 dias no sistema.

Desde que pisou em solo mato-grossense Arcanjo permanece isolado no Raio 5 da penitenciária do Pascoal Ramos sendo vigiado por um batalhão de homens do Comando Especializado (Bope).

Célio Wilson disse que a inclusão de Arcanjo no RDD não irá atrapalhar a saída dele do Estado, caso seja determinada pelo Tribunal Regional Federal (TRF) onde tramitam dois pedidos para saída do "Comendador".

Na próxima terça-feira faz trinta dias que Arcanjo está preso em Cuiabá e termina o prazo de isolamento. Na prática isso quer dizer que ele passaria a receber visitas normalmente às quartas-feiras e aos domingos. No último final de semana ele recebeu duas filhas, um neto e dois genros. Pelo RDD o número fica restrito a duas visitas com duração máxima de 2h.

Célio Wilson declarou que ainda irá conversar com o juiz Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara Federal, sobre a saída de Arcanjo do Estado. "É um problema de agenda", explicou referindo-se aos compromissos de ambos.

O governador do Estado, Blairo Maggi, disse que considera "horrível" ter de disponibilizar um batalhão inteiro para cuidar de Arcanjo. "Não só pelo custo financeiro, mas existe um custo moral dessa situação toda". O comandante geral da PM, coronel Leovaldo Salles, frisou que os soldados serão disponibilizados enquanto Arcanjo permanecer no Estado. Disse que por enquanto não houve prejuízo na permanência dos soldados.