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Economia
Quarta - 05 de Abril de 2006 às 19:14
Por: Jamil Chade

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GENEBRA - O governo dos Estados Unidos sinalizou, na última quarta-feira, na Organização Mundial do Comércio (OMC), uma primeira tentativa de aproximar sua posição negociadora no setor agrícola às demandas dos países emergentes, como o Brasil. Washington, em uma reunião com Europa, Austrália, Japão, Índia, além do Brasil, indicou que estaria disposto a rever as cotas que implementará para produtos sensíveis.

Para a diplomacia brasileira, uma eventual flexibilização poderá facilitar a entrada de carnes e açúcar nacional no mercado americano.

A OMC está correndo contra o relógio. A entidade está a menos de um mês do prazo estipulado para completar um acordo sobre como ocorrerão os cortes tarifários para o setor agrícola e industrial. Apesar da iniciativa americana ontem, cresce o pessimismo entre os negociadores de que um acordo completo possa se atingido até o final de abril.

Isso porque a questão das cotas é apenas uma fração do problema que os países precisam solucionar. O principal obstáculo para um acordo é o tamanho do corte nas tarifas de importação que europeus estarão dispostos a aceitar. Por enquanto, a redução sugerida por Bruxelas não passa de 36%, enquanto o Brasil quer um corte de pelo menos 54%.

Bens sensíveis Quanto aos produtos sensíveis, o Brasil sabe que a maioria dos bens que hoje exporta aos países ricos acabará entrando nessa categoria. Por isso, a tentativa americana de aproximar as posições foi bem recebida pelos brasileiros.

A proposta inicial dos Estados Unidos era de que seria mantido um certo número de produtos em uma condição especial e que barreiras poderiam ser colocadas. O Brasil aceita que essa categoria de produtos seja criada, mas pede que as cotas dadas a esses produtos representem até 10% do consumo nacional de cada país. Para americanos e europeus, essa taxa seria exagerada.

Na última quarta, porém, Washington deu sinais de que poderia criar um sistema que permitira que produtos como carnes ou açúcar importados pudessem ocupar cerca de 7,5% do mercado.

A proposta não atende toda a demanda brasileira nas negociações. Mas o governo brasileiro vai agora consultar os setores privados para saber quanto poderão flexibilizar seus interesses e ceder para que um acordo possa ocorrer.

Na terça-feira, os europeus já haviam dado um sinal de que poderiam aceitar flexibilizar sua posição sobre certos produtos sensíveis. Mas a iniciativa foi considerada como insuficiente pela diplomacia brasileira.





Fonte: Agência Estado

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