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Cidades/Geral
Quarta - 05 de Abril de 2006 às 14:43

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Foi aberto oficialmente, nesta quarta-feira (05/04) o curso “Baixa Visão: Habilitação e Reabilitação – Aspectos Médicos e Educacionais”, que faz parte de uma ação integrada entre as Secretarias de Estado, de Saúde e de Educação, cujo objetivo é a prevenção da deficiência visual na rede estadual de educação e o atendimento preventivo desses alunos em saúde. O problema de baixa visão interfere na produtividade e o desempenho dos alunos. O trabalho interdisciplinar entre a Saúde e a Educação, nesta ação social que prevê a capacitação dos profissionais da Saúde e da Educação no serviço de Baixa Visão, ajudará a organização dos serviços bem como os resultados finais da inclusão social na escola, o que proporcionará a diminuição da evasão escolar.

Para o bom desenvolvimento da ação as Secretarias de Estado contam com o apoio profissional disponibilizado pelo Ministério da Saúde, além da contribuição efetiva da CBM - Missão Cristã Para os Cegos e da Laramara - Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual que apóiam logisticamente o evento com cessão de recursos e técnicos especializados. Profissionais de Saúde e de Educação do Tocantins, Amazonas, Pará e Mato Grosso do Sul compareceram ao curso, como observadores, para futura implementação do mesmo serviço em seus Estados de origem.

A secretária de Estado de Educação, Ana Carla Borges Leal Muniz, afirmou que “a parceria com a Secretaria de Estado de Saúde é importante porque vai facilitar a obtenção de conhecimento, por parte dos alunos, para diminuir ou eliminar o número de crianças com baixa visão na rede educacional de Mato Grosso, permitindo que elas possam completar os cursos regulares de escolarização oferecidos pelo Estado”. Segundo a secretária Ana Carla, cerca de 600 crianças da rede escolar estadual já foram identificadas como sofrendo de baixa visão, sendo que um diagnóstico mais apurado está sendo feito pelos professores que têm contato direto com esses alunos.

O secretário adjunto de Saúde, Antonio Augusto de Carvalho, que representou o secretário de Estado de Saúde, Augustinho Moro, na abertura do curso, disse que esse é “o começo da normatização da situação das crianças em idade escolar que têm déficit de visão. Os profissionais que farão o curso vão aprender a identificar e encaminhar os alunos com problemas de visão para receberem a devida atenção médica e educacional de modo a não serem prejudicados no aprendizado”.

O curso vai de 05 a 11 de abril, na Escola de Saúde Pública Agrícola Paes de Barros, em Cuiabá, e capacitará profissionais da Saúde e da Educação do Estado. “Após a conclusão dos trabalhos de capacitação a Saúde do Estado abrirá o serviço de Referencia de Baixa Visão, que passará a funcionar no Referencia em Média e Alta Complexidade (Cermac)”, disse o secretário adjunto.

“Esse serviço que a rede SUS vai proporcionar ao Estado, possibilitará atender a toda a população mato-grossense visto que os problemas causados pela baixa visão têm conseqüências e comprometem a saúde. O Estado pretende, com esse serviço, dar melhor qualidade de vida ao cidadão”, declarou Maria Conceição Villa, diretora do Cermac. Profissionais de Saúde e de Educação do Tocantins, Amazonas, Pará, Mato Grosso do Sul e Pará compareceram ao curso, como observadores, para futura implementação do mesmo serviço em seus Estados de origem.

O professor da Universidade de São Paulo (USP) e representante da Sociedade Brasileira de Baixa Visão, Wilson Sampaio, um dos mestres do curso, explicou que essa capacitação é parte do esforço desenvolvido pelo Governo Federal para diminuição do problema de baixa visão no país, que recebeu o nome de Programa 20/20. “O nome deriva do fato de que estudos do Governo Federal informam que, se nenhum esforço for realizado para amenizar o problema de baixa visão entre os estudantes, até o ano 2020 o número de alunos com esse problema terá dobrado. E o interesse não é apenas nacional. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) existem cerca de 180 milhões de crianças com esse problema, no mundo todo”, informou.

Para diminuir essa ameaça, segundo o professor da USP, é que o Ministério da Saúde adotou a meta de, até 2020, reduzir a cegueira evitável aos níveis mais baixos possíveis. “O curso que ora vamos ministrar aos profissionais de Saúde e da Educação do Estado, é a primeira fase desse esforço, que tinha prazo de instalação entre 2005 e 2006. Mato Grosso está de parabéns por ter começado a cumprir esse calendário”, elogiou.

Além de Marcos Wilson Sampaio estarão ministrando as aulas, durante o curso, os professores Maria Aparecida Haddad, presidente da Sociedade Brasileira de Visão Subnormal, Maria Elizabete Gasparetto, professora da Unicamp.





Fonte: 24HorasNews

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