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Cidades/Geral
Quarta - 05 de Abril de 2006 às 08:13
Por: Joanice de Deus

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Motoristas e cobradores da empresa de ônibus Nova Cuiabá cruzaram os braços ontem, por aproximadamente duas horas, em protesto contra a demissão de funcionários do grupo, que atende 50% dos bairros da Capital. Cerca de 120 mil pessoas foram atingidas pela paralisação, que começou às 5h e terminou às 7h. Muita gente foi pega de surpresa indo para o trabalho.

Para o secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Coletivo (Stett), João Batista Vicente, as demissões foram uma forma de represália às manifestações e paralisações que os trabalhadores realizaram nos meses de janeiro e fevereiro para cobrar o pagamento de salários atrasados.

João Batista entende que a greve é um direito assegurado pela Constituição Federal, além de ser uma manifestação legítima dos trabalhadores, uma vez que reivindicava o pagamento de salários. “Os trabalhadores vêm cumprindo com o seu dever e a empresa também tem que honrar os seus compromissos”, cobrou.

Segundo ele, o protesto terminou após a realização de uma reunião, em que diretores da Nova Cuiabá se comprometeram em reaver as demissões. A empresa atende bairros como CPA, Santa Rosa, Três Barras, Novo Paraíso e Planalto.

REAJUSTE SALARIAL – A paralisação de ontem pode ser mais uma demonstração da força dos trabalhadores do sistema de transporte urbano de Cuiabá e Várzea Grande. Entre as duas cidades, são aproximadamente 3.500 motoristas e cobradores, que já falam em reajuste salarial. A data-base é maio. “As negociações começam neste mês”, disse.

Conforme João Batista, o percentual de reajuste a ser reivindicado não está definido, mas será de acordo com Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Hoje, o piso salarial do motorista é de R$ 1.033 e do cobrador R$ 637.

Além do reajuste, a categoria também lutará por melhores condições de trabalho e pela redução da jornada, que hoje é de 8h20 (7h20 trabalhadas e 1 hora de intervalo nas paradas de ônibus) diárias. A categoria reivindica 6 horas diárias. “Acreditamos que todos têm a ganhar com a redução da jornada. Ganham a empresa e o usuário, que consequentemente será melhor atendido pelo trabalhador do setor”.





Fonte: Diário de Cuiabá

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