Mais de 150 contestam concurso da Polícia Civil

Mais de 150 candidatos reprovados nos testes físicos do concurso da Polícia Civil ingressaram com ação na justiça pedindo a anulação da prova e suspensão da divulgação do resultado, prevista para ocorrer amanhã.

Na segunda-feira, um dias depois dos testes, 40 candidatos procuraram o promotor de Defesa da Cidadania, Alexandre Guedes, para formalizar denúncia. Apresentaram uma séria de queixas ao promotor sobre as provas, incluindo exigências acima do que consideram razoável e tratamento não diferenciado para portadores de deficiência e gestantes.

O escritório dos advogados Cezar Marcioni Alves Silva e Mari Márcia Gonçalves da Silva representa 158 candidatos na justiça. Na avaliação de Mari Márcia, somente pessoas com treinamento físico forte e contínuo poderiam executar satisfatoriamente os exercícios pedidos na série.

“Houve uma cobrança exacerbada se comparado a concursos públicos similares que acontecem em outros estados”, afirmou a advogada. Mari Márcia citou como exemplo o teste da barra. Além do tempo exigido, de 11 segundos, a determinação do edital era para que o exercício fosse feito com o queixo acima da barra e a pegada em "pronação", ou seja, o dorso das mãos voltado para os candidatos, o que não seria incomum e dificultaria de forma demasiada a realização do teste.

O promotor Alexandre Guedes disse que por enquanto está recolhendo informações para definir as medidas legais a serem adotadas. Guedes considerou o caso extremamente complicado do ponto de vista jurídico.

Já a coordenadora da Comissão Especial de Vestibulares (CEV) da UFMT, instituição contratada para fazer o concurso, Valéria Calmom, disse que as exigências estavam previstas no edital divulgado em 22 de setembro de 2005, portanto, seriam de conhecimento dos candidatos. E que quem se sentiu prejudicado recorreu à justiça e aqueles que obtiveram liminar para não fazer o teste foram poupados.