Dois PMs tentam forjar álibi para inocentar cabo

Um soldado e um tenente da Polícia Militar podem responder criminalmente por tentativa de obstrução das investigações sobre o assassinato do desempregado Jaciel Monteiro Lopes, ocorrido no 19 de fevereiro deste ano. O cabo Rodolfo Santa Filho, o "cabo Conan", e os soldados Alvino de Alencar Júnior e Maçone Barroso Rodrigues foram indiciados criminalmente pela morte do rapaz. As investigações, de acordo com o delegado Roberto Amorim, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) , revelaram que os três militares indiciados tiveram ajuda de outros policiais que tentaram, um dia após o crime, desviar o rumo das investigações e fortalecer o álibi apresentado de que Jaciel era suspeito da morte do garçom Vagner Peixoto Pereira, assassinado em 30 de janeiro. A primeira versão foi a de que os três militares estavam indo buscar armas em um local deserto e escuro com Jaciel quando sofreram uma emboscada. Jaciel seria suspeito do assassinato o que jamais se comprovou.

O soldado, que foi ouvido pela Corregedoria da Polícia Militar, negou que tivesse ido até a estrada do Aricá (onde Jaciel foi morto) para "plantar" provas que sustentariam a versão apresentada pelo "cabo Conan", mas esse militar possui uma caminhonete semelhante a que foi vista no dia seguinte ao assassinato na localidade do Aricá. O soldado é acusado de deixar nos bolsos de uma bermuda, pendurada em um varal, vários projéteis. O tenente teria fornecido apoio a ação. "Era uma clara tentativa de desviar o foco das investigações. A bermuda apareceu no dia seguinte no local um, dia depois de termos permanecidos o dia todo ali", explicou o delegado Roberto.

O cabo Conan está preso por força de prisão temporária na cadeia pública de Santo Antônio do Leverger (35 km de Cuiabá). Os soldados, que confessaram o crime, estão na sede do 1º Batalhão PM. Eles respondem por assassino duplamente qualificado: motivo torpe e não ofereceram a menor chance de defesa a vítima. (PN)