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Polícia Brasil
Terça - 04 de Abril de 2006 às 23:10
Por: Adam Entous

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palestino do Hamas está enfrentando problemas financeiros e enfrentar uma séria crise já no próximo mês, segundo diplomatas ocidentais e funcionários palestinos. Um membro do governo disse que ainda não estão garantidas as doações internacionais necessárias para o pagamento dos salários de março aos 140 mil funcionários públicos palestinos.

Diplomatas ocidentais e funcionários locais disseram que a Autoridade Palestina não parece ter, também, reservas internacionais para pagar os salários de abril. O governo do Hamas é alvo de uma campanha de isolamento por parte dos Estados Unidos, de Israel e de outros países.

Autoridades dizem que uma das poucas opções para o Hamas seria recorrer a um fundo de investimentos criado inicialmente para combater a corrupção na Autoridade Palestina.

O Fundo de Investimento Palestino, controlado pelo presidente Mahmoud Abbas desde a vitória eleitoral do Hamas, em janeiro, tinha um valor estimado em 1,3 bilhão de dólares no final de 2005.

Autoridades palestinas dizem que agora ele contém cerca de 1 bilhão de dólares e que só uma parte — entre 200 e 400 milhões — pode ser usada no pagamento de salários, o que bastaria para entre 45 dias e três meses.

"Para todos os efeitos, estamos no fundo do poço", disse uma importante autoridade palestina.

Os problemas financeiros começaram bem antes da vitória eleitoral do Hamas. Ao tomarem posse, na semana passada, seus ministros disseram ter recebido um orçamento que já estava estourado em 80 milhões de dólares só para março.

Dias depois, 26 milhões de dólares entregues pelos Emirados Árabes e por Oman foram assumidos pelo Banco Árabe, de Amã, para o pagamento de dívidas anteriores. Outros 10 milhões de dólares, prometidos pela Rússia, estão atrasados.

Para limitar o risco de que outras contas sejam congeladas, a Autoridade Palestina vem tentando transferir suas principais contas do Banco Árabe para uma entidade palestina, segundo autoridades e diplomatas.

Além disso, o Hapoalim, maior banco de Israel, anunciou na terça-feira o rompimento do último vínculo bancário entre Israel e a Autoridade Palestina.

Mazen Sonnoqrot, que deixou o ministério palestino da Economia na semana passada, disse que o maior desafio do Hamas será arrecadar dinheiro para os salários de abril, a serem pagos no começo do mês.

Grande parte da crise financeira se deve à decisão israelense de congelar a transferência de impostos alfandegários aos palestinos.

Os palestinos recebem mais de 1 bilhão de dólares por ano em ajuda externa, e não se sabe quanto será mantido no governo do Hamas.

O chanceler palestino, Mahmdou Al Zahar, minimizou a pressão norte-americana, dizendo que há "vários outros meios legítimos para obter apoio".

Mas, mesmo que o Irã e outros países islâmicos forneçam a ajuda prometida, diplomatas ocidentais afirmam não saber como o dinheiro chegará à Autoridade Palestina.

"Temos os meios legais para evitar o fluxo financeiro para terroristas, e o Hamas é uma organização terrorista", disse Mark Regev, porta-voz da chancelaria israelense.

Fontes diplomáticas afirmam que os maiores bancos da região receiam em trabalhar com o novo governo palestino. Muitas têm filiais e subsidiárias nos EUA, onde é ilegal fazer negócios com o Hamas.

ministro palestino das Finanças, Omar Abdel-Razeq, disse ao jornal Al Ayam que deve conseguir pagar os salários de março, que vencem no dia 15 de abril.

Assim como o Hamas, os EUA também vêem no Fundo de Investimento Palestino uma forma de manter a Autoridade Palestina funcionando até junho ou julho.

Mas ambos enfrentam resistências de diretores do fundo, segundo os quais a venda de títulos geraria no máximo 200 milhões de dólares e prejudicaria as metas de desenvolvimento em longo prazo.

"Se [o dinheiro durar] um ou dois meses, o que vem depois?", questionou um funcionário palestino envolvido com o fundo.

Abdel-Razeq disse que vai se reunir em breve com o diretor do fundo para avaliar seus recursos financeiros.

(Reportagem adicional de Mohammed Assadi e Besan Omary, em Ramallah, e Nidal al-Mughrabi, en Gaza)





Fonte: Reuters

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