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Internacional
Terça - 04 de Abril de 2006 às 19:55

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O Irã intensificou os anúncios de testes de novas armas realizados durante manobras militares no Golfo, reiterando sempre a sua vontade de prosseguir com suas polêmicas atividades nucleares, apesar das ameaças da ONU.

Nesta terça-feira, "o míssil terra-mar Kowsar foi lançado com sucesso", segundo a televisão nacional, que havia anunciado pouco antes o teste bem-sucedido de um "hidroavião ultramoderno".

Estes anúncios se seguiram ao do lançamento no domingo de um "míssil submarino de enorme rapidez", e de outro de alcance ampliado na quarta-feira, quando tiveram início as manobras militares batizadas de "Grande Profeta".

Paralelamente, o líder da diplomacia iraniana Manuchehr Mottaki confirmou nesta terça-feira que o Irã não pretendia se curvar às exigências do Conselho de Segurança das Nações Unidas a respeito de seu programa nuclear.

"A República Islâmica iniciou suas atividades pacíficas de acordo com o seu direito natural conforme o TNP (Tratado de não-proliferação), e estas atividades serão mantidas sob o controle da Agência" Internacional de Energia Atômica (AIEA), disse o ministro.

O Conselho de Segurança da ONU concedeu de 29 a 30 dias ao Irã para que suspenda suas atividades sensíveis, principalmente o enriquecimento de urânio, com a ameaça de impor sanções ao país.

O Irã defende o seu "direito" de manter as suas atividades de enriquecimento de urânio com o objetivo declarado de pesquisa. Mas os Estados Unidos e seus aliados rejeitam o para eles seria um pretexto, levantando suspeitas sobre a natureza puramente pacífica do programa nuclear iraniano.

Washington, que anuncia com freqüência que privilegiará os meios diplomáticos, não descarta uma opção militar para atingir seus objetivos.

Por sua vez, o Irã advertiu em diversas oportunidades que uma eventual agressão militar teria resposta.

As manobras militares "Grande Profeta" haviam sido planejadas há bastante tempo. Mas as autoridades iranianas aproveitaram para aumentar o impacto dos exercícios, destacando a capacidade defensiva de seu arsenal no Golfo.

O míssil terra/mar Kowsar testado nesta terça-feira também "não pode ser desviado de sua trajetória por instrumento algum", de acordo com a televisão.

O hidroavião é "invisível para os radares", segundo um porta-voz das forças iranianas. Imagens mostravam uma pequena aeronave com um piloto e uma hélice, sobrevoando o mar a uma altitude muito baixa, e podendo ser utilizado como bomba voadora por um camicase contra um navio.

Mais destrutivo poderá ser o torpedo Hoot, classificado como um "míssil submarino" testado no domingo.

Ele se assemelha muito a um míssil de fabricação soviética e russa, o torpedo Chkval, revelou nesta terça-feira o jornal russo Izvestia.

O jornal informa que ele poderia ter chegado ao Irã a partir da China, que havia adquirido um certo número destes em meados dos anos 1990, enquanto que segundo o porta-voz das manobras iranianas, Mohamed Ebrahim Dehghani, o torpedo iraniano "foi elaborado por especialistas locais e se encontra em estágio de produção em série".





Fonte: AFP

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