Pernilongos podem sobreviver até três meses após criadouros serem destruídos
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Altas temperaturas, chuvas intercaladas e o precário saneamento básico em algumas regiões das cidades propiciam uma maior proliferação e desenvolvimento do pernilongo
Altas temperaturas, chuvas intercaladas e o precário saneamento básico em algumas regiões das cidades propiciam uma maior proliferação e desenvolvimento do pernilongo (Culex quinquefasciatus) e de diversas espécies de insetos no verão.
"As formas adultas do pernilongo sobrevivem em média três meses, se dispersando num raio de 2,5 quilômetros (km) a procura de abrigo e alimento Devido a isso, mesmo que haja ações de controle químico e ambiental nos criadouros, a comunidade circunvizinha sofre com o problema da infestação enquanto perdurarem as condições favoráveis", afirma Sirlei Antunes Morais, bióloga da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, autora de livro sobre o inseto junto com o professor Delsio Natal.
O livro contém análises e resultados das pesquisas feitas durante o mestrado de Sirlei na FSP sobre a população de Culex do rio Pinheiros, que atravessa a Cidade de São Paulo.
Segundo as pesquisas de Sirlei, "as pragas de modo geral proliferam em ambientes degradados, em áreas desmatadas e cidades sem infraestrutura e destino adequado de resíduos sólidos e líquidos tanto domésticos como industriais", sendo de extrema importância o cuidado não só com o interior da residência, mas com todo o seu perímetro.
Riscos
Mais do que incomodar, coçar e zumbir nos ouvidos, os mosquitos podem trazer riscos às pessoas. Em primeiro lugar, "a picada pode desencadear processos alérgicos, dependendo do sistema imune da pessoa", explica a pesquisadora.
Além dos processos alérgicos, muitos destes insetos são vetores em ciclos de doenças mais graves, como o Aedes aegypti, portador do vírus da dengue. Em áreas mais periféricas ou rurais, algumas espécies podem transmitir arbovírus e leishmanias, sem contar o Anopheles, portador de plasmódios da malária.
Segundo Sirlei, o pernilongo costuma atacar à noite, enquanto o Aedes ataca durante o dia, o que pode facilitar na sua identificação. "Em áreas urbanizadas os mosquitos que picam durante o dia podem ser apontados como o Aedes aegypti. À noite pode ser o Culex, que transmite a filariose em algumas áreas do Nordeste onde há a presença do agente", resume.
Como evitá-los?
Com base nas informações levantadas durante os estudos, a cientista alerta para os problemas que os mosquitos podem causar e dá dicas para diminuir sua ação. A primeira medida, é não deixar água parada em vasos de plantas, pneus, garrafas e tudo que possa ser um procriador de larvas de mosquitos. Manter os quintais limpos e não jogar lixo a céu aberto são outras medida essenciais. (Com USP Online)
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