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Obstinado, Crawshaw virou sumidade no tema
Pioneiro nos estudos que descreveram espécies como o tigre indiano e o leopardo das neves do Himalaia, o biólogo norte-americano George Schaler veio ao Pantanal em meados da década de 1970 para realizar uma pesquisa inédita sobre a onça-pintada.
"Ele já trabalhava com biologia da conservação quando ninguém ainda pensava no assunto", relata o biólogo Peter Crawshaw, que era ainda um estudante universitário quando soube e se interessou pelo projeto. “Eu escrevi a ele dizendo que estava disposto a interromper os estudos na faculdade para poder ajudá-lo”.
De forma amistosa, Schaller respondeu que não. “Ele disse que o projeto poderia me esperar. Que eu seria mais útil ao meu país se terminasse o curso”.
Isso foi em 1976. Em janeiro de 1977, Schaller desembarcou no Brasil com sua equipe. NO aeroporto, Crawshaw o aguardava. “Eu o ajudei a comprar alguns equipamentos. Ele me disse: depois apareça lá em Acurizal. Em agosto daquele ano, eu matei até prova lá e fiz a viagem de trem de São Paulo até Corumbá. Por sorte, estava vindo um avião com suprimentos e eu peguei uma carona. Fiquei dez dias”.
A ousadia seria decisiva para que o mais tarde formado biólogo tivesse sua vaga assegurada na equipe que já trabalhava no Pantanal - em áreas pertencentes à então fazenda Acurizal (hoje, a RPPN Acurizal).
Foi trabalhando para o projeto que ele teve a oportunidade de ficar frente a frente com sua primeira onça. “Minha primeira foi com uma fêmea nova. Mas antes disso eu tinha perdido duas capturas. Tinha noites que eu passava acompanhando o animal por radiofreqüência, passava dentro do barco, sabendo que aquele animal estava ali a 30 metros. Isso sempre mexe com a gente".
Mas o projeto havia começado em uma situação difícil. Apesar de autorizado pelo proprietário da fazenda, Schaller e sua equipe enfrentavam a resistência do administrador. “O proprietário mandou um telegrama autorizando. O administrador disse que os pesquisadores não poderiam vir. Mais tarde, tivemos de sair, porque os empregados da fazenda estavam matando as nossas onças”.
De 1980 a 1984, a pesquisa prosseguiu em Miranda, no Mato Grosso do Sul. “Ali não encontramos uma situação tão ruim para a onça-pintada - de uma maneira geral ela estava mais protegida lá do que no restante do Pantanal. Mesmo assim, dos quatro animais que ocupavam a fazenda à época, dois animais, mãe e filha, foram mortas. Nossa conclusão, à época, foi que aqueles animais estavam terrivelmente ameaçados”.
Mesmo com experiência de muitos encontros – o marcas no corpo provenientes do ataque de uma onça que despertou prematuramente de uma dose de tranqüilizante – Crawshaw garante que a emoção tem sempre a mesma intensidade. “Qualquer encontro sempre é impressionante”.
"Ele já trabalhava com biologia da conservação quando ninguém ainda pensava no assunto", relata o biólogo Peter Crawshaw, que era ainda um estudante universitário quando soube e se interessou pelo projeto. “Eu escrevi a ele dizendo que estava disposto a interromper os estudos na faculdade para poder ajudá-lo”.
De forma amistosa, Schaller respondeu que não. “Ele disse que o projeto poderia me esperar. Que eu seria mais útil ao meu país se terminasse o curso”.
Isso foi em 1976. Em janeiro de 1977, Schaller desembarcou no Brasil com sua equipe. NO aeroporto, Crawshaw o aguardava. “Eu o ajudei a comprar alguns equipamentos. Ele me disse: depois apareça lá em Acurizal. Em agosto daquele ano, eu matei até prova lá e fiz a viagem de trem de São Paulo até Corumbá. Por sorte, estava vindo um avião com suprimentos e eu peguei uma carona. Fiquei dez dias”.
A ousadia seria decisiva para que o mais tarde formado biólogo tivesse sua vaga assegurada na equipe que já trabalhava no Pantanal - em áreas pertencentes à então fazenda Acurizal (hoje, a RPPN Acurizal).
Foi trabalhando para o projeto que ele teve a oportunidade de ficar frente a frente com sua primeira onça. “Minha primeira foi com uma fêmea nova. Mas antes disso eu tinha perdido duas capturas. Tinha noites que eu passava acompanhando o animal por radiofreqüência, passava dentro do barco, sabendo que aquele animal estava ali a 30 metros. Isso sempre mexe com a gente".
Mas o projeto havia começado em uma situação difícil. Apesar de autorizado pelo proprietário da fazenda, Schaller e sua equipe enfrentavam a resistência do administrador. “O proprietário mandou um telegrama autorizando. O administrador disse que os pesquisadores não poderiam vir. Mais tarde, tivemos de sair, porque os empregados da fazenda estavam matando as nossas onças”.
De 1980 a 1984, a pesquisa prosseguiu em Miranda, no Mato Grosso do Sul. “Ali não encontramos uma situação tão ruim para a onça-pintada - de uma maneira geral ela estava mais protegida lá do que no restante do Pantanal. Mesmo assim, dos quatro animais que ocupavam a fazenda à época, dois animais, mãe e filha, foram mortas. Nossa conclusão, à época, foi que aqueles animais estavam terrivelmente ameaçados”.
Mesmo com experiência de muitos encontros – o marcas no corpo provenientes do ataque de uma onça que despertou prematuramente de uma dose de tranqüilizante – Crawshaw garante que a emoção tem sempre a mesma intensidade. “Qualquer encontro sempre é impressionante”.
Fonte:
Diário de Cuiabá
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/308200/visualizar/
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