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Tecnologia
Terça - 04 de Abril de 2006 às 08:18

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Sexo virtual, guerra e drogas indutoras de ereções são uma receita para uma cultura socialmente inapta e violenta, de acordo com os melhores especialistas de sexo dos Estados Unidos. A preocupação aumentou quando os pesquisadores discutiram "O Futuro do Sexo" em uma conferência inédita em Santa Fé, no estado do Novo México, durante a última semana.

"A perda da interação do sexo é algo com a qual me preocupo", disse Julia Heiman, diretora do Instituto Kinsey de Pesquisa em Sexo, Gênero e Reprodução. "Se formos muito em direção ao sexo virtual, o que fica faltando? Como você interage em uma esfera pessoal está ficando com o tempo contado", completou.

Enquanto o cibersexo abastecido com drogas como o Viagra pode ser tentador, é "fabricado para a decepção" já que a vida real raramente consegue competir com fantasias. "A velocidade absurda do desenvolvimento da tecnologia permite que alguém crie um ideal erótico e tenha uma experiência multi-sensorial através do sexo virtual", disse Heiman. "Se jovens estão aprendo desta forma, o que vai acontecer com o aspecto muito pessoal do sexo onde tem-se que interagir com outra pessoa?"

Um fator importante serão empresas farmacêuticas expandindo sua gama de medicamentos que melhoram a atividade sexual, segundo Heiman. Drogas que estimulam a ereção, como o Viagra, devem exacerbar a individualização do sexo, diz o professor John Gagnon, da Universidade do Estado de Nova York em Stony Brook.

"A outra metade do casal pode não querer a ereção", disse Gagnon. "Assume-se que a mulher ficará feliz se o indivíduo chegar com uma." Tecnologia e remédios tipo o Viagra combinados empurram as pessoas para fora de relações sociais e reduzem sua capacidades de relacionar-se com as outras, segundo Gagnon.

Outro ingrediente potencialmente pertubador na mistura é que os ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos e a "guerra ao terror" estão habituando a população com a violência. "A tolerância à violência pode estar voltando", disse Heiman. "E quando isso acontecer, a violência sexual será tolerada."

A tecnologia está distanciando as pessoas, da mesma forma como serviços de encontros online as unem, de acordo com os especialistas. A Internet está se tornando cada vez mais um lugar para pessoas com interesses em comum se encontrarem, marcar encontros, disse Pepper Schwartz, professor de sociologia da Universidade de Washington.

"Cada país, não interessa seu nível de desenvolvimento, tem sites de encontros", disse Schwartz. "Minha experiência é que pessoas querem passar para o offline o quanto antes. Pessoas querem pareceiros, procuram por amor."

A Internet poderia também servir como um aglomerado de informação que dissipa dados errôneos sobre vidas sexuais, saúde e moda, de acordo com os pesquisadores.

Os especialistas, que juntaram-se a cerca de 100 colegas na conferência que durou três dias, esperam que a próxima década tenha mais estudos sobre os papéis da raça, medicina, idade, tecnologia e conservadorismo político sobre sexo.

"Quando alguém entra no ramo de prever o futuro, provavelmente fará parte de um negócio onde se está errado", disse Gagnon dando risada.





Fonte: AFP

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