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Internacional
Segunda - 03 de Abril de 2006 às 20:44

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O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o colombiano Luis Alberto Moreno, convocou hoje os países latino-americanos a recuperarem a sua relevância mundial e verem a Ásia não só como desafio mas também como possibilidade.

Num discurso na abertura da Assembléia de Governadores do BID, que vai até quarta-feira em Belo Horizonte, Moreno ressaltou a importância de os países da América Latina e do Caribe aumentarem a sua participação na economia mundial para "não perder o trem da história" Ele reconheceu avanços na região, como o controle da inflação, o crescimento médio, a queda do déficit fiscal e sistemas financeiros mais sólidos. Mas apontou os aspectos negativos na evolução econômica e social.

Moreno lembrou que hoje a América Latina é, em termos relativos, "menos importante" do que na época da fundação do BID, em 1959. A sua participação no comércio mundial caiu de 7,3% para 5,1% neste período.

Ele atribuiu a queda ao "fantástico ressurgimento da Ásia", especialmente da China e da Índia, que crescem "a passos de gigante". Os dois países foram apontados como um exemplo para os latino-americanos.

Segundo Moreno, a América Latina e o Caribe entram na globalização "com muitas desvantagens": faltam integração física, educação de qualidade, tecnologia, instituições sólidas, coesão social, fundos estruturais e cobertura adequada nos serviços públicos.

"A integração das Américas segue um padrão contrário ao da experiência mais bem-sucedida do mundo de hoje, que é a européia", criticou.

Como presidente do BID, ele esboçou a política atual e futura do banco para que os países-membros superem todos esses obstáculos e avancem rumo ao desenvolvimento, defendendo uma entidade financeiramente sólida, além de mais próxima dos cidadãos.

Moreno, que pela primeira vez participa da Assembléia anual como prewsidente do BID, também apresentou as propostas para a sua gestão. Entre elas, reduzir os prazos entre a aprovação e o desembolso dos empréstimos; financiar iniciativas que aumentem a competitividade; apoiar programas estruturais de luta contra a pobreza; aumentar os empréstimos ao setor privado; e apoiar projetos de infra-estrutura que "conectem as Américas".

Mesmo reconhecendo que foi um erro acreditar que a abertura do comércio "promoveria sozinha o milagre do desenvolvimento", o dirigente disse que ela foi um alicerce necessário.

Os próximos passos, apontou, são "democratizar o comércio e o crédito, ampliar o acesso à tecnologia e abrir novos mecanismos de capacitação profissional e empresarial".





Fonte: EFE

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